A
crescente onda de infecções por Dengue no país tem gerado alerta e
questionamento sobre o porquê do Brasil não ter obtido sucesso no
enfrentamento da doença, presente em nosso território desde os anos 1980.
No
entanto, um dos principais desafios para arrefecer a epidemia está no
combate ao seu vetor, o mosquito Aedes aegypti, que além da Dengue,
também é responsável pelo espalhamento dos vírus da Zika e Chikungunya.
Em
prol de um desfecho mais positivo para a situação epidêmica, diversas são as tecnologias
em desenvolvimento para que a doença, futuramente, deixe de ser um problema de
saúde no país.
Conheça
mais sobre a história da dengue, formas de prevenção e as tecnologias em
desenvolvimento para o combate da doença e seu vetor.
Foto: Getty images
Dengue
no Brasil: um problema histórico
O
histórico da Dengue no Brasil começa com a importação do seu vetor, ainda na
época das grandes navegações. Originário da África, acredita-se que o mosquito Aedes aegypti tenha sido trazido para nossas terras em
navios negreiros.
Mas
nos anos 1955, graças a uma ampla campanha em prol da erradicação da
febre-amarela urbana, o mosquito foi erradicado. No entanto, graças ao
relaxamento das medidas sanitárias e preventivas, em 1960 o mosquito voltou a
cena, trazendo consigo o primeiro caso de dengue, registrado em 1981.
Desde
essa época, o Brasil tem enfrentado surtos e epidemias. No entanto, mais
recentemente, temos presenciado o que pode ser a pior epidemia de dengue na
história do país. Apenas nos primeiros meses de 2024, o número de casos já
superou as marcas registradas em anos anteriores.
Por
que a dengue é tão perigosa?
A
dengue traz consigo diversas diferenças em relação a outras doenças virais,
principalmente quando a imunidade adquirida é discutida. Existem quatro
sorotipos da doença e estamos suscetíveis a todos. A partir do primeiro
contato, você possui imunidade apenas para a cepa específica da infecção.
Todavia
existe um truque. Caso você seja infectado por alguma das outras variantes, a
doença pode ser mais grave.
Isso
ocorre, pois suas células imunes fazem um reconhecimento parcial do patógeno,
mas não tentam combatê-lo. Isso pode ocasionar em quadros mais graves e o
desenvolvimento da chamada dengue hemorrágica, que pode ser fatal.
Por
isso é tão importante aderir às medidas de prevenção em relação ao contágio e
na tentativa de eliminar focos do mosquito Aedes aegypti.
Como
a tecnologia pode ajudar no combate a Dengue?
O
desenvolvimento de tecnologias é essencial para conseguirmos frear a epidemia e
prevenir outros episódios. Dentre as tecnologias que corroboram para esse
cenário, está a vacina contra a dengue, produzida com os quatro tipos de
vírus conhecidos que ocasionam a doença.
No
entanto, um impeditivo para que toda a população tenha acesso é a capacidade de
produção da empresa responsável pelo desenvolvimento do imunizante.
Outro
meio de combate ao vetor, conta com edição genética dos mosquitos. Esses vetores
geneticamente modificados entram em contato com as fêmeas, únicas transmissoras
do vírus, que geram proles estéreis, auxiliando para a diminuição da espécie.
Entretanto,
apesar de ter demonstrado resultados positivos, não tem sido uma medida eficaz,
devido à quantidade de insetos "selvagens" em circulação. O uso
da inteligência artificial também pode.
contribuir
para a predição de novos focos de infecção, áreas de risco, assim como quando e
onde uma nova epidemia pode eclodir.
Com
esse foco, pesquisadores do programa de pós-graduação em Gestão Urbana da
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), desenvolveram um software
que consegue prever, com 90% de acerto, novos pontos atenção.
O
software desenvolvido pelos pesquisadores busca compreender e esclarecer as
relações entre padrões ambientais e urbanos que possam contribuir para novas
incidências epidemiológicas.
Compreender
as relações entre o clima, os ciclos de contágio, espalhamento da doença,
locais com maior potencial de risco, entre outros fatores, contribui para
medidas mais efetivas no combate ao problema. Todas essas medidas tecnológicas
são essenciais para o combate à o vector da doença.
Desafios
brasileiros
A dengue não ocorre apenas no Brasil. Mas sendo um país
continental, um dos impeditivos para o sucesso de campanhas contra a
dengue está nas características regionais de cada estado e cidade.
Em
nosso país, diferenças no clima, temperaturas divergentes, ciclo de chuvas,
incentivo ao combate, adesão dos cidadãos na vigilância constante contra focos,
entre outras variáveis contribui de forma negativa para o sucesso da empreitada
contra a dengue.
Atualmente
a melhor forma de prevenção é o uso de repelentes, manutenção das áreas que
possam acumular água e conscientização sobre o descarte do lixo.
Nas esferas políticas, maior incentivo para a fiscalização, treinamento de agentes de saúde, cuidados com lixões e depósitos e campanhas que agreguem informações relevantes para cada região, também podem ser meios para o combate.
Fonte: Tecmundo
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