(*) JR Guzzo
O
Brasil teve cerca de 70 mil estupros em 2023 – um dos números mais vergonhosos
que o Estado, o ente sagrado de Lula e do PT, para mostrar o seu fracasso na
tarefa essencial de assegurar a segurança da mulher brasileira. “As mulheres”,
na propaganda do governo, foram uma das maiores descobertas do presidente – só
ele mesmo, com o seu gênio fora do comum, poderia ter revelado ao mundo que as
mulheres existem e tinham de ser salvas do massacre que vinham sofrendo no
governo anterior.
A
cifra é 15% pior que a de 2022, quando as mulheres, segundo a esquerda, estavam
sendo exterminas no Brasil. Na verdade, todos os tipos de crime ficaram piores
neste último ano, como resultado da opção permanente da esquerda nacional em
favor dos criminosos.
A
solução que o governo Lula quer dar para essa calamidade é precisamente a mesma
que você pode estar imaginando: matem os bebês.
O
pior, porém, não está exatamente no número escandaloso dos estupros. Como
sempre acontece, o governo Lula não consegue reagir a uma tragédia sem propor
duas tragédias, e foi isso que houve mais uma vez – nunca erram o alvo quando
se esforçam para atirar nos feridos. Não há números exatos, mas a estimativa
mais usada é de que até 5% dos estupros resultam em gravidez no Brasil – o que
daria 3.500 bebês não desejados.
A
solução que o governo Lula quer dar para essa calamidade é precisamente a mesma
que você pode estar imaginando: matem os bebês. Não foi o presidente da
República quem teve essa ideia, e nem houve uma decisão oficial a respeito;
aliás, não poderia mesmo haver, do ponto de vista legal, embora essas coisas,
hoje em dia, possam ser resolvidas em certos tribunais de Brasília. Mas é pior:
os autores da decisão, uma “nota técnica” do Ministério da Saúde, são dois
gatos gordos da equipe da ministra Nísia Trindade, que tentaram emplacar a sua
ideia por baixo pano. É a desordem se juntado à infâmia.
A
“nota” foi logo suspensa ao se ver o horror que tinham proposto: pelas suas
instruções, os serviços médicos oficiais seriam autorizados a praticar aborto
contra fetos já com nove meses de vida. O entendimento atual prevê um prazo
máximo de 21 semanas para o aborto legal – uma regra já perturbadora, quando se
leva em conta que a criança, a essa altura, tem todos os seus órgãos
funcionando. Mas os operadores atuais do governo na saúde acham que isso não é
suficiente; querem aborto até o último dia da gravidez. Aí é puro e simples
assassinato. Pior que isso, só autorizando a eliminação do feto depois do
nascimento.
O
mais sinistro em toda essa trama é que o Ministério da Saúde e a sua titular
não suspenderam a decisão por acharem que ela está errada. Foi porque não
contavam fazer isso agora; acham, possivelmente, que dariam armas para a
“extrema direita”. A mídia amiga fez ainda pior. Tratou o episódio como uma
mera “trapalhada”, ou um “equívoco”, e não como uma proposta de crime. Para o
presidente Lula, então, foi uma beleza.
Há
meses ele se especializou em denunciar, a cada cinco minutos, o “genocídio de
crianças” na operação militar de Israel na faixa de Gaza. Seu governo, enquanto
isso, prega o infanticídio explícito para até 3.500 seres vivos.
Fonte: Gazeta
do Povo
(*) José Roberto Guzzo, mais conhecido como
J.R. Guzzo, é um jornalista brasileiro, colunista dos jornais O Estado de São
Paulo, Gazeta do Povo e da Revista Oeste, publicação da qual integra também o
conselho editorial.
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