(*) Claudio Humberto
Flávio
Dino no Supremo Tribunal Federal, mais que uma escolha de Lula, parece
representar um projeto de poder. Seu nome chegou tão forte no STF que atropelou
uma regra secular, não escrita, em que tradicionalmente a Presidência da
República submete o escolhido aos ministros da Corte antes de a indicação ser
tornada pública. Basta um veto para barrar a escolha. Mas o veto do ministro
André Mendonça a Dino, comunicado com a frontalidade que o rito exige, foi
solenemente ignorado. Dino certamente foi informado, claro, e isso azedou a
relação entre os dois, que terão de conviver no STF ao menos por vinte anos.
Bola
preta
A
regra lembra antigos clubes de elite, no eixo Rio-São Paulo: diretores
depositavam bolas brancas em urnas de tecido para aprovar aspirante a sócio,
mas uma só bola preta era suficiente para barrar a pretensão.
Contra
o ativismo
O
ativismo judicial é uma das maiores preocupações do ministro André Mendonça, e
esta foi uma das razões do seu veto ao ingresso de Flávio Dino no Supremo.
Autocontenção
Outra
preocupação é a necessidade, que defende, de o STF observar a autocontenção,
para conter invasões de competência de outros poderes.
Cutucando
a onça
Discreto,
avesso a falar fora dos autos, Mendonça citou essas convicções quanto a
ativismo e autocontenção durante evento de juristas, sexta-feira (15) em
Brasília.
Fonte: Diário
do Poder
(*)
Cláudio Humberto Rosa e Silva é um jornalista brasileiro, colunista e
editor-chefe do Diário do Poder. Sua coluna é reproduzida em jornais de todo o
Brasil.
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