Kannario
argumentou, nos autos, que o contrato feito pela Show Mix tinha “cláusulas
abusivas”
A
2ª Vara Cível e Comercial de Salvador condenou Igor Kannário a pagar R$ 1
milhão à produtora Show Mix pela quebra de contrato do artista com a empresa,
em janeiro de 2016.
A
sentença foi assinada na última quinta-feira (29/2) pela juíza Lizziani Monteiro,
que julgou improcedente uma ação movida pelo próprio Kannário. O cantor
argumentou, nos autos, que o contrato feito pela Show Mix tinha “cláusulas
abusivas”. Ele sustentou, ainda, que a produtora promoveu atos lesivos “à
reputação e à credibilidade de sua carreira artística”.
As
cláusulas reclamadas por Kannário, segundo ele, previam “lucro de até 40% do
bruto para os réus [Show Mix], mais 25% do bruto para pagar aos réus, por
dívida do autor [Kannário] que nunca acaba, referente a rescisão de um contrato
anterior, e ainda tem o autor toda a responsabilidade pelos custos do
contrato”.
A
empresa cuidou da carreira de Kannário, inicialmente, ente 2010 e 2012, quando
ele era cantor da banda A Bronkka. Em 2014, contudo, assinou novo
vínculo. No processo, ele afirma que “os sócios não prestavam contas ao
autor dos valores recebidos pelos shows realizados, das despesas para as
apresentações, dos valores relativos à multa, recebidos pela Show Mix, quando
os shows eram cancelados por quem os contratou”.
No
processo, Kannário requereu que o contrato fosse rescindido, liminarmente, “sem
ouvir a parte contrária”. Ele também pediu o ressarcimento de parte dos valores
de shows não realizados enquanto a empresa produzia a carreira dele.
Ainda
de acordo com o artista, que, a partir da rescisão contratual, seguiu carreira
solo, a Show Mix “intensificou esforços para macular a imagem” dele. Por conta
deste cenário, argumentou Kannário, ele assinou outro vínculo com a produtora,
em 2014, “sem entendimento do seu teor e com cláusulas que reputa abusivas”.
Ele sustenta que foi “compelido” a assinar o contrato, pois “estava em situação
difícil”. O vínculo foi novamente rompido em 2016, quando o Príncipe do Guetto
passou a cuidar individualmente da careira.
Na
decisão, a juíza Lizziani Monteiro diz que “as dificuldades que [Kannário]
enfrentou decorrem de sua própria postura”. “Não há evidência, no entanto, de
que conduta da Show Mix Produções ou de seus sócios tenham impossibilitado a
contratação do artista por outras pessoas, sem a intermediação da
empresa. É notória – porque amplamente divulgada pela imprensa, a postura
do artista em palco e em trios, em especial a animosidade com a Polícia Militar
da Bahia, o envolvimento em ilícitos penais e o cancelamento de shows. Há ações
judiciais envolvendo Kannário e policiais militares”, diz trecho da
manifestação da magistrada.
Em
manifestação, a Show Mix Produções se defendeu das acusações e afirmou que
Kannário “desconsiderou cláusula contratual” ao se candidatar a vereador, em
2016. A empresa solicitou o levantamento de todos os contratos firmados pelo
artista desde esta data
Procurada
pela reportagem do Aratu On, a assessoria de imprensa do cantor disse
que ainda não foi informada formalmente sobre a decisão da Justiça.
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