(*) JR Guzzo
O
problema de Lula não é que ele mente – para ele próprio, pelo menos, obviamente
não é. O presidente, desde o primeiro dia na política, fez uma aposta que deu
certo: o meio que mais funciona para o sujeito ter sucesso nesse tipo de vida é
não falar a verdade nunca, sobre nada, todas as vezes em que há a possibilidade
de mentir.
Age
assim há 40 anos, e nesse tempo foi três vezes presidente da República,
convenceu boa parte do mundo que é um campeão dos pobres e saiu da cadeia, onde
cumpria pena por corrupção passiva e por lavagem de dinheiro, com a fama de
mártir.
Os
circuitos mentais do presidente da República não registram mais as percepções
racionais – só existe, na sua cabeça, o que ele diz para si mesmo.
O
problema é que o Brasil tem hoje na sua Presidência um cidadão que saiu da vida
racional para afundar num distúrbio psiquiátrico permanente. Não reage mais à
argumentação lógica. Fechou-se num mundo que não faz nexo, e no qual delírios,
alucinações e disparates substituíram a realidade.
Em
seu último surto, Lula negou que tivesse igualado o Holocausto nazista, no qual
6 milhões de pessoas foram exterminadas em câmaras de gás, à atual campanha
militar de Israel em reação ao terrorismo “palestino”. Mas como assim, se ele
fez exatamente isso, e se orgulha de ter feito? Lula disse em público, letra
por letra, o seguinte: “O que está acontecendo na faixa de Gaza e com o povo
palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando
o Hitler mandou matar os judeus”.
A
matança a que Lula se refere é exatamente o Holocausto; até uma criança de
curso primário sabe disso. Mas como ele não se lembrou de usar a palavra
“holocausto” na sua acusação – ficou só no “Hitler” e nos “judeus” – resolveu
dizer, de repente, que a “interpretação” de suas palavras pelo governo de
Israel “é intelectualmente desonesta”. Aí não é mais mentira, ou cinismo. Agora
já é psicose.
Os
circuitos mentais do presidente da República não registram mais as percepções
racionais – só existe, na sua cabeça, o que ele diz para si mesmo e para o
resto da humanidade que existe. Lula vive cercado, dia e noite, pelo maior e
mais opaco cordão de puxa-sacos jamais formado na história política do Brasil.
Ou seja: a possibilidade de que alguém aí diga alguma coisa a ele está entre o
zero absoluto e a integral do zero.
Muita
gente que vive dentro dessa turma, é claro, já entendeu que Lula não vai estar
aí para sempre. Estes, mais ou menos discretamente, tratam de cuidar do seu
angu. Enquanto isso, o Brasil que se exploda.
Fonte: Gazeta
do Povo
(*)
José Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo, é um jornalista brasileiro,
colunista dos jornais O Estado de São Paulo, Gazeta do Povo e da Revista Oeste,
publicação da qual integra também o conselho editorial.
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