Movimento alega que área está abandonada há mais de 7 anos
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou na madrugada desta sexta-feira (8) uma fazenda no município de Lagoa Santa (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte. O movimento alega que a propriedade, de 250 hectares, é improdutiva e que está abandonada há 7 anos. O MST pede a desapropriação do imóvel rural para a reforma agrária.
Segundo
o movimento, a ação envolveu 500 famílias e foi liderada pelas mulheres do
movimento, em referência ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher. A
sem-terra Maria Eni, da direção estadual do MST, defendeu que a ocupação é
motivada pelo não cumprimento da função social da terra.
“São
mais de 5 mil famílias acampadas aqui no estado de Minas Gerais, entre elas,
estão as famílias do acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, onde aconteceu
o massacre em 2004, das famílias da Fazenda Ariadnópolis, em Campo do Meio, e
as famílias no Vale do Rio Doce, na área da Suzano. São vários acampamentos com
mais de 10, 20 anos sem respostas do governo”, disse.
O
MST fundamenta essas ações no Artigo 184 da Constituição Federal, que diz que
“compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social”.
Em
nota, o movimento ainda chamou atenção “para a lentidão do governo Lula na
realização da reforma agrária”.
A
sem-terra Luana Oliveira, também da direção estadual do movimento, destacou que
a ação busca consolidar o direito à terra. “Aqui, vamos produzir alimentos
saudáveis para nós e para o povo mineiro”, destacou.
O
MST informou que “forte contingente policial” chegou à propriedade ocupada pelo
movimento e acusa a Polícia Militar de ameaçar reprimir o acampamento sem ordem
judicial.
“Têm
mais de três ônibus do batalhão de choque, carros de polícia, não estão
deixando a superintendente do Incra entrar, não estão deixando a gente falar
com nossas advogadas. Estão falando de uma ordem de despejo, mas ninguém está
reivindicando essa terra, que já está abandonada”, ressaltou Tuira Tule, da
coordenação estadual do MST.
Questionada
sobre a atuação da polícia no local, a Secretaria de Segurança de Minas Gerais
e a assessoria de imprensa do governo de Minas Gerais não deram retorno.
A
Presidência da República, o Ministério de Desenvolvimento Agrário e o Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) também foram questionados
sobre a ação do MST, mas não recebemos retorno.
Fonte: Agência Brasil
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