Imagine
acordar pela manhã, se olhar no espelho e ver uma parte do rosto paralisada. Um
susto enorme, né? Essa condição ganhou mais destaque essa semana no Brasil
depois do caso compartilhado pela jornalista Fernanda Gentil, nas redes
sociais. Ela contou que, logo que percebeu a paralisia, o médico descartou
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o diagnóstico foi Paralisia de Bell.
O
relato dela chamou atenção para outros casos. O radialista Whallassy Oliveira
também recebeu o diagnóstico no fim de 2023: “De início, sentia fortes dores
nos ombros e no pescoço, não percebi a paralisia, só senti uma leve dormência.
Em uma madrugada, senti dificuldade para engolir e movimentar a língua, achei
estranho e quando fui ao espelho, vi o lado direito todo paralisado.”
Ele
procurou ajuda médica, fez tomografia que descartou o AVC e confirmou o
diagnóstico de paralisia de Bell, assim como Fernanda Gentil.
ENTENDENDO
O PROBLEMA
A
origem do nome se dá por causa de Sir Charles Bell (1774-1842), um cirurgião
anatomista que se dedicou aos estudos sobre a complexidade nos nervos da face.
Um dos principais tratamentos é a fisioterapia. O fisioterapeuta e professor do
IDOMED, Fernando da Silva Oliveira, explica como o tratamento fisioterapêutico
ajuda nesse tipo de situação.
“Como
podemos estar lidando com uma paralisia ou enfraquecimento da musculatura
facial, precisamos avaliar todas as disfunções adquiridas. Esses pacientes
necessitam de uma atenção fisioterapêutica, como também de um acompanhamento
por outros profissionais de saúde, como, por exemplo, o fonoaudiólogo”, explica
o profissional.
Segundo
Fernando, a fisioterapia nesse casos serve para trabalhar as disfunções motoras
adquiridas na face, ajudando a recuperar a sensibilidade e os movimentos.
“Parte
dos pacientes, por exemplo, perdem a capacidade de contrair o músculo orbicular
do olho ou não conseguem fechar por completo a pálpebra do olho, causando
ressecamento. Nesses casos, podem ser realizados exercícios terapêuticos de
reabilitação ou, em alguns casos, o profissional pode aplicar recursos
tecnológicos no tratamento. Existem estudos apontando melhora nos quadros de
Paralisia de Bell com aplicação de laserterapia de baixa potência”, explica.
CAUSAS
PSICOLÓGICAS
As
principais causas apontadas pelos especialistas para o surgimento do problema
são a baixa imunidade e o estresse, fatores citados pela jornalista Fernanda
Gentil ao relatar o caso.
A
psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Wyden, Rosemar
Vasconcelos, alerta: “O estresse é um elemento característico do mundo natural
que ocorre em quase todos os sistemas biológicos. É, de fato, uma das maiores
adversidades da vida moderna”, afirma.
A
psicóloga reforça que os esforços relacionados ao trabalho, às pressões sociais
e à correria do dia a dia podem fazer com que a situação piore e os níveis de
estresse fiquem insustentáveis. Whallassy Oliveira também fez esse destaque
após passar pelo tratamento por causa da Paralisia de Bell: “A causa foi
acúmulo de estresse e imunidade baixa. Desde então, tenho tentado controlar a
ansiedade e os gatilhos que levaram à paralisia”, reforça.
Buscar
qualidade de vida e saúde mental também ajudam a prevenir. “Fique atento aos
seus exames e suas taxas de hormônios, de vitaminas. Muita atenção também para
o estilo de vida e quantidade de tempo que você dedica ao seu trabalho. Seja
menos exigente e autocrítico. Não incorra no perfeccionismo. O importante é que
as nossas energias possam ser bem aproveitadas em tudo que nos dá satisfação”,
conclui a psicóloga.
Texto e foto: Assessoria Edusaude
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