Os
gestores dos estados, municípios e Distrito Federal devem ficar atentos. Os
valores referentes ao repasse da assistência financeira complementar para o
pagamento do salário dos profissionais da enfermagem da rede pública — em
cumprimento ao piso nacional da categoria — já foram distribuídos. O montante
repassado aos entes federativos é de R$ 830,6 milhões, conforme Portaria
3.206/2024.
De
acordo com os critérios e procedimentos estabelecidos na Portaria
GM/MS n.º 1.135/2023, a União transfere os valores aos estados, Distrito
Federal e municípios e suas autarquias e fundações, em atendimento ao
determinado pelo art. 1º da Emenda
Constitucional n.º 127/2022. Compete aos gestores o pagamento
dos colaboradores diretos, sejam servidores ou empregados, bem como a
transferência dos recursos às entidades privadas contratualizadas ou
conveniadas, que atendam, pelo menos, 60% de seus pacientes pelo Sistema
Único de Saúde (SUS).
VALORES
PARA CAPITAIS
Belo
Horizonte (MG): R$ 10.045.377,61
Fortaleza
(CE): R$ 8.250.103,99
Rio
de Janeiro (RJ): R$ 7.882.338,77
Campo
Grande (MS): R$ 4.912.606,03
João
Pessoa (PB): R$ 4.824.893,45
Belém
(PA): R$ 4.637.435,63
São
Luís (MA): R$ 4.625.237,16
Natal
(RN): R$ 4.121.141,88
Salvador
(BA): R$ 4.120.623,00
Goiânia
(GO): R$ 3.252.730,31
Porto
Alegre (RS): R$ 2.915.028,25
Maceió
(AL): R$ 2.768.502,17
Teresina
(PI): R$ 2.743.112,87
Cuiabá
(MT): R$ 2.699.916,70
Recife
(PE): R$ 2.355.634,31
Macapá
(AP): R$ 2.092.648,51
Curitiba
(PR): R$ 1.549.116,37
Aracaju
(SE): R$ 1.546.390,82
Porto
Velho (RO): R$ 1.142.738,07
Brasília
(DF): R$ 510.803,83
São
Paulo (SP): R$ 401.486,94
Vitória
(ES): R$ 229.050,45
Boa
Vista (RR): R$ 85.637,71
Palmas
(TO): R$ 83.197,28
Florianópolis
(SC): R$ 41.312,72
Rio
Branco (AC): R$ 8.916,04
Manaus
(AM): R$ 1.533,55
O
coordenador da Comissão Nacional de Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do
Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Jefferson Caproni, confirmou o repasse
ao Brasil 61. Para o representante da entidade, a transferência representa um
avanço significativo, mas admite que a categoria ainda precisa ser mais
valorizada.
“A
valorização da nossa enfermagem é um investimento na qualidade e não um gasto,
a melhoria da assistência aos pacientes e também o fortalecimento do Sistema
Único de Saúde tem que ter base no apoio à força de trabalho”, avalia.
De
acordo com o advogado especialista em direito médico Josenir Teixeira, o
repasse foi feito, mas é necessário acompanhar essa distribuição.
“Os
profissionais da enfermagem devem ficar atentos a acompanhar o repasse que os
municípios irão receber, para que os municípios efetivamente repassem os
valores as suas empregadoras, para que, finalmente, as suas empregadoras paguem
os valores dentro da folha de pagamento. Vamos ver se realmente esses valores
repassados pela União serão suficientes para cumprir o que disse a lei”,
avalia.
A
advogada trabalhista Camila Andrea Braga concorda e ainda acrescenta:
“Esse
dinheiro tem que chegar nos enfermeiros sendo recebido pelos estados e
municípios. Sem o repasse, sem o pagamento da folha, é desvio de verba pública.
Então vai ter que ser feita uma apuração pra saber pra onde foi esse valor,
porque não chegou, ou se esse valor foi insuficiente, apurar a responsabilização
do administrador público e para onde está indo o valor”, alerta.
Segundo
a especialista, a lei do piso da enfermagem está em vigor e o Estado tem que
cumprir. “O setor privado tem tentado em vão uma negociação para reduzir os
patamares fixados em lei. Por isso, perante a incapacidade dos estados e dos
municípios em arcarem com a folha nos patamares que foram atingidos por conta
da legislação, é necessário o repasse do governo federal para suprir as
defasagens dos estados e municípios em relação ao orçamento.
O
valor é calculado de acordo com a folha da quantidade de profissionais de
enfermagem dentro desses estados e municípios que vão precisar desse repasse.
Braga ainda lembra: o valor destinado é para pagamento de pessoal.
Fonte: Brasil 61Fonte: Brasil 61
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