As
doenças autoimunes, nas quais os mecanismos de defesa do corpo ficam confusos e
atacam as suas próprias células saudáveis, existem desde sempre. Há muitos
tipos de condições do gênero, como artrite reumatóide e diabetes tipo 1, e elas
realmente não são novidade. Mas a novidade é o número crescente de pessoas que
sofrem com elas. Há décadas que a incidência de doenças
autoimunes tem aumentado (especialmente em mulheres) e os cientistas
estão tentando descobrir as razões.
Doenças
autoimunes
"Autoimune"
é um daqueles termos médicos comuns que você provavelmente já ouviu, mas talvez
não sabe direito o que significa.
Definição
Em termos simples, uma condição autoimune ocorre quando o sistema imunológico de uma pessoa não consegue mais distinguir entre organismos invasores e células saudáveis.
O
corpo ataca a si mesmo
O
resultado é que as defesas do corpo, que antes o protegiam contra bactérias e
vírus nocivos, começam a atacar tecidos e órgãos saudáveis.
Estatísticas
Existem
muitos tipos de doenças autoimunes. De acordo com o The Washington Post, há
mais de 80 condições que afetam cerca de 50 milhões de americanos.
Exemplos
comuns
Exemplos
de doenças autoimunes mais comuns incluem diabetes tipo 1, artrite reumatóide, psoríase,
esclerose múltipla e doença inflamatória intestinal.
Sintomas
iniciais
Diferentes
doenças autoimunes podem apresentar sintomas iniciais semelhantes, incluindo
fadiga, febre baixa, dores musculares e dificuldade de concentração.
Causa
desconhecida
Os
médicos não sabem exatamente o que faz com que alguém desenvolva uma doença
autoimune, mas sabem que o número de casos está aumentando.
Números
crescentes
Na
verdade, de acordo com o The Guardian, estima-se que os casos de doenças
autoimunes estão agora aumentando entre 3%-9% todos os anos.
Razão
da ascensão
Como
a nossa genética não mudou nas últimas décadas, os cientistas acreditam que os
fatores ambientais devem ser responsáveis por este aumento no número de casos
de doenças autoimunes.
Consumo
de fast-food
Uma
causa sugerida para o aumento das doenças autoimunes é o fato das pessoas
estarem consumindo cada vez mais comidas fast-food.
Baixo
teor de fibra
Segundo
a cientista Carola Vinuesa, do Instituto Francis Crick, as dietas fast-food
carecem de certos nutrientes importantes, como as fibras.
Fibra
e o microbioma
Esta
falta de fibra pode afetar o microbioma de uma pessoa, ou seja, o conjunto de
microrganismos no seu intestino que desempenham um papel fundamental na
regulação de várias funções corporais.
O
microbioma e as doenças autoimunes
Segundo
Vinuesa, essas alterações no microbioma de uma pessoa podem, por sua vez,
desencadear uma doença autoimune. Isso não significa que a fast-food seja a
única causa.
O
papel da genética
Existem
também suscetibilidades genéticas que desempenham um papel importante quando se
trata de decidir quem desenvolverá uma doença autoimune e quem não
desenvolverá.
Suscetibilidade
genética
Isto
significa que se alguém não tiver uma suscetibilidade genética, não
desenvolverá necessariamente uma doença autoimune, mesmo que se empanturre de
hambúrgueres.
Pesquisa
em andamento
Os
cientistas estão, portanto, a trabalhar para compreender os mecanismos
genéticos fundamentais que aumentam a probabilidade de algumas pessoas
desenvolverem uma doença autoimune.
O papel dos microplásticos
Outra
explicação potencial para o aumento das doenças autoimunes é o aumento da
exposição aos microplásticos,
tanto por ingestão como por inalação.
O
que são microplásticos?
Os
microplásticos são minúsculas partículas de plástico, menores que 5 milímetros,
que permeiam o mundo que nos rodeia. Eles estão no oceano, no solo e até
flutuam no ar.
Absorção
de microplásticos
A
pesquisa sugere que os adultos absorvem cerca de 883 partículas microplásticas
por dia. Isso equivale a cerca de 332.000 partículas por ano!
Prejudicial
Como
você deve suspeitar, absorver partículas microplásticas, seja por ingestão ou
inalação, não é bom para nós. Na verdade, pode ser muito ruim.
O
efeito dos microplásticos
Os
microplásticos parecem causar problemas semelhantes em nossos corpos aos de
outros fatores ambientais: estresse oxidativo, inflamação e um microbioma
desregulado.
Pesquisas
contínuas
Houve
uma explosão na pesquisa de microplásticos nos últimos anos, e a relação com
doenças autoimunes é uma área de pesquisa ativa.
Mulheres
x homens
Outro
ramo de pesquisa está investigando por que as mulheres parecem ser muito mais
afetadas do que os homens. Segundo o The Washington Post, 80% das pessoas
afetadas por doenças autoimunes são mulheres.
O
papel da molécula Xist
Segundo
uma equipe internacional de cientistas da Universidade de Stanford, isso pode
ser devido a uma molécula chamada Xist, encontrada apenas em mulheres.
Diferentes
cromossomos
As
mulheres têm dois cromossomos X, enquanto os homens têm um cromossomo X e um
cromossomo Y. Um cromossomo é um feixe de material genético que contém
instruções para a criação de proteínas.
Superprodução
de proteínas
O
papel do Xist é desativar um dos cromossomos X na mulher, caso contrário
haveria uma superprodução de proteínas.
Xist
e a doença autoimune
No
entanto, de acordo com pesquisas recentes em Stanford, o Xist também gera um
estranho complexo molecular que tem sido associado a muitas doenças autoimunes.
Perguntas
não respondidas
A
descoberta do papel desempenhado pelo Xist nas doenças autoimunes não esclarece
tudo. Não explica por que razão os homens contraem estas doenças, por exemplo.
Passo
importante
Contudo,
é certamente um desenvolvimento interessante e a nova compreensão pode
constituir uma peça importante do puzzle.
É
preciso saber mais
Muito
progresso foi feito nos últimos 20 anos em termos de melhoria de vida de
pessoas com doenças autoimunes. No entanto, ainda há um longo caminho a
percorrer até descobrirmos tudo sobre sobre os aspectos mais importantes dessas
condições, desde suas causas a como elas atuam e tratamentos.
Fontes:
(The Guardian) (Global Autoimmune Institute) (The Washington Post)
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