O
general da reserva do Exército Laercio Vergílio afirmou, em depoimento à
Policia Federal (PF), que a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Alexandre de Moraes seria necessária para “volta da normalidade
institucional e a harmonia entre os poderes”.
O
militar é investigado pela PF por suposta participação em um plano para
prender Moraes, relator das investigações sobre a tentativa de golpe, que
tramita no Supremo.
No
depoimento prestado aos investigadores no dia 22 de fevereiro deste ano, o
general da reserva foi questionado sobre os áudios captados com autorização
judicial que mostram conversas dele com o militar da reserva Aílton Gonçalves,
que também é investigado no caso das fraudes nos cartões de vacina de Jair
Bolsonaro.
Em
uma das conversas, Laercio comentou que Moraes deveria ser preso no dia 18 de
dezembro de 2022, um domingo, pelo comandante da Brigada de Operações Especiais
de Goiânia, um dos grupamentos do Exército.
Questionado
pelos policiais sobre sua fala, o general da reserva disse que não executou ou
planejou qualquer ato para monitorar ou tentar prender o ministro.
“Respondeu
que não sabe dizer como se daria uma suposta prisão do ministro Alexandre de
Moraes, porque estava na reserva desde 2000 e apenas deu sua opinião em relação
a esse fato, porque, no seu ponto de vista, a prisão seria necessária para
volta da normalidade institucional e harmonia entre os poderes”, diz trecho do
depoimento.
Laercio
também negou no depoimento ter defendido um golpe de Estado ao se mostrar
favorável à realização de uma “operação especial” que seria liderada por Jair
Bolsonaro.
“Esclarece
que a chamada operação especial seria uma fase posterior e que tudo deveria ser
realizado dentro da lei e da ordem, embasado juridicamente na Constituição”,
afirmou no depoimento.
Mais
cedo, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo de todos os depoimentos
prestados pelos investigados na operação que apura a tentativa de golpe de
Estado por Bolsonaro.
*
Colaborou Aécio Amado, da Agência Brasil
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