Superexposição nas redes sociais: a janela escancarada para o golpe

 


(*)
Bruno Cesar Oliveira


Nas últimas décadas, as redes sociais emergiram como poderosas ferramentas de comunicação e interação social, transformando a maneira como nos conectamos e compartilhamos informações. No entanto, por trás da fachada de conexão e entretenimento, há um lado sombrio que muitas vezes passa despercebido: a contribuição da superexposição nas redes sociais para a fraude online. Este artigo explora os malefícios dessa superexposição, destacando como ela pode alimentar e facilitar diversos tipos de fraudes na internet. 


Uma das principais preocupações que surge junto com a superexposição é a falta de controle sobre a privacidade dos dados pessoais. Muitos usuários entram nos “joguinhos” do “sua vez” e acabam expondo muitos dados íntimos sobre sua vida particular, como lugares que gostam de frequentar, idade, locais de trabalho, entre outros. 


Isso pode ser crucial para que fraudadores e golpistas explorem a pessoa como potencial vítima para fraudes, golpes e outros crimes, como roubo de identidade, por exemplo. 


Essa superexposição também pode levar a manipulação psicológica e alimentar técnicas de engenharia social. Através de sua exposição nas redes, os criminosos mais atentos começam a explorar suas vulnerabilidades emocionais e usar isso para induzir a potencial vítima a tomadas de decisões prejudiciais. Um exemplo clássico disso é o já famoso golpe do amor. 


Além disso, a criação de perfis falsos é uma prática muito comum, entre a exploração das vulnerabilidades da superexposição. É muito mais fácil de se espelhar um perfil que contenha o máximo de informações possíveis do usuário compartilhadas, pois desse modo é muito mais fácil espelhar um perfil utilizando as características da vítima, e enganar seu ciclo de amizades. 


Além disso, também contribui para a utilização da imagem da vítima, principalmente se essa for um “digital influencer”, para propagação de conteúdos e notícias falsas. 


E como não estarmos expostos a esse risco? 


Se você acompanha essa coluna, deve se lembrar do artigo “Não é só seu carro que pode ser blindado, sua Redes Sociais também!”, nele exploro o que ficou conhecido como “blindagem de redes sociais” e lá são apresentadas uma série de medidas para evitar os golpes em redes sociais. 


Mas irei resumir aqui algumas medidas: 


Revisão de Configurações de Privacidade: verifique regularmente e ajuste as configurações de privacidade em suas contas de redes sociais para controlar quem pode ver suas informações e postagens. 


Pensamento Crítico: desenvolva uma abordagem crítica em relação ao conteúdo que você encontra online, questionando a autenticidade e veracidade das informações antes de compartilhá-las ou tomar decisões com base nelas. 


Conscientização e Educação: mantenha-se informado sobre as últimas tendências e técnicas de fraude online, participe de programas de conscientização e educação digital para aprender a reconhecer e evitar ameaças potenciais. 


Senso de Desconfiança: mantenha um nível saudável de desconfiança em relação a solicitações de informações pessoais ou financeiras online, especialmente se forem feitas por meio de canais não verificados ou suspeitos.

 

Reporte e Denúncia: se você suspeitar de atividades fraudulentas nas redes sociais, denuncie imediatamente o conteúdo ou perfil às autoridades competentes e às plataformas relevantes para ajudar a proteger outros usuários e combater a disseminação da fraude online. 


Em conclusão, podemos dizer que a superexposição em redes sociais nos traz uma série de riscos, seja a nossa privacidade ou a nossa segurança e integridade, por isso, devemos entender e conhecer os perigos associados a uma divulgação excessiva de nossa rotina e informações e tomar atitudes críticas e proativas se de fato, é necessário compartilhar certas informações. 


(*) Bruno César Teixeira de Oliveira, com uma carreira sólida na gestão de riscos, compliance e prevenção a fraudes em instituições financeiras.


Fonte: Artigo publicado, originalmente, no site O Boletim



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