Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) estão reunidos em Copacabana para ato de apoio ao ex-presidente no Rio de Janeiro.
Por
volta das 9h30, a meia hora do horário de início previsto, eles ocupam cerca de
um quarteirão e meio da avenida Atlântica, com espaço para circular.
Da
mesma forma que fez antes da manifestação em São Paulo, no final de fevereiro,
Bolsonaro pediu ao convocar seus correligionários que não levem bandeiras ou
faixas. O objetivo é não piorar a situação do ex-presidente nos inquéritos em
que é investigado.
A
expectativa é a de que o ex-presidente explore o momento de maior contestação
ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), abordando
temas como liberdade de expressão, mas sem citar diretamente o magistrado.
As
críticas ao ministro se ampliaram após os ataques de Elon Musk, dono do X
(antigo Twitter), a decisões de remoção de contas na rede social. O caso
envolveu comissão do Congresso americano presidida por parlamentar alinhado ao
ex-presidente Donald Trump.
"No
momento em que o mundo todo toma conhecimento de quanto está ameaçada a nossa
liberdade de expressão e de quanto estamos perto de uma ditadura é que faço um
apelo a você", disse Bolsonaro no vídeo de convocação para o ato.
Ao
escolher fazer a demonstração em Copacabana, o ex-presidente volta ao palco do
evento que deu origem a uma das decisões que o tornaram inelegível --o ato do 7
de Setembro de 2022.
Na
ocasião, houve uma solenidade oficial bancada com recursos públicos com oito
horas de programação. Ao lado do palanque do governo foi instalado um carro de
som bancado pelo pastor Silas Malafaia, onde os discursos de campanha foram
proferidos. Bolsonaro foi para esse local quando aviões da Esquadrilha da
Fumaça ainda faziam exibições previstas no ato oficial.
No
julgamento do caso, Moraes classificou o comício como de caráter eleitoral e
eleitoreiro e criticou fortemente o fato de o Exército ter cancelado o
tradicional desfile militar no centro do Rio para engrossar o ato bolsonarista
em Copacabana.
Malafaia,
responsável pelo discurso mais duro no ato pró-Bolsonaro na avenida Paulista,
também deve falar na manifestação no Rio.
Ele
afirmou à coluna Mônica Bergamo que subirá ainda mais o tom neste domingo (21).
"Em São Paulo meu discurso foi água com açúcar."
O
governador Cláudio Castro (PL) também confirmou presença no evento.
O
ato deve ser usado para ampliar a associação do deputado federal Alexandre
Ramagem (PL), escolhido como pré-candidato à prefeitura da cidade, com o
ex-presidente.
Os
organizadores defendem que o ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de
Inteligência) não discurse para evitar acusações de propaganda eleitoral
antecipada, mas ele deve ter lugar de destaque no carro de som.
O
comício em Copacabana faz parte da série de atos marcados por Bolsonaro para
mobilizar a militância em seu entorno para demonstrar apoio popular em meio às
investigações de que é alvo no STF. Uma delas mira trama para um golpe de
Estado articulada por bolsonaristas após a vitória do presidente Lula (PT) nas
eleições de 2022.
Fonte: Folha de São Paulo
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