(*) JR Guzzo
Em
seu discurso, Bolsonaro disse que foi a liberdade que o levou à presidência.|
Foto: Reprodução canal Silas Malafaia no YouTube
Mais
uma vez, como já se tornou automático, há um esforço especial na maioria das
modalidades da esquerda em apresentar cálculos numéricos sobre o público
presente às manifestações de rua contra o governo Lula e o STF – é o mesmo
pacote hoje em dia, do tipo “compre um e leve dois”. Insiste-se, em geral, que
as contas são fundamentadas em algum tipo de sistema que descrevem como científico.
Quando se comparam as cifras divulgadas com as fotografias e os vídeos que
registram fisicamente a presença de multidões na rua, esses cálculos parecem
funcionar como um redutor de presença.
Não
se sabe, até agora, como esse método funcionaria em protestos de rua convocados
pelo PT-PSOL-etc. Seria um redutor ou um ampliador? Infelizmente, é uma dúvida
para a qual não há esclarecimento disponível, levando-se em conta que a
esquerda, muito simplesmente, não consegue levar quase ninguém à rua. Sua
última manifestação de massa, para pedir a “prisão de Bolsonaro” em São Paulo,
reuniu 1.347 pessoas, tão pouca gente que foi possível contar uma por uma.
No
Brasil de hoje, o homem que é capaz de juntar multidões na rua não pode se
candidatar a nada porque a polícia eleitoral do governo declarou que ele é
“inelegível”.
O
ponto principal de todos esses esforços matemáticos é que eles não servem para
nada. Após anos seguidos de manifestações de rua contra o Sistema Lula, os
redutores de povo parecem não ter percebido ainda que os seus cálculos não
alteram minimamente o mundo das realidades. Basicamente, e por mais científicos
que forem, não mudam a única coisa que interessa: o número de pessoas que realmente
foi à manifestação.
No último ato contra o STF e pró-Bolsonaro, por exemplo, havia uma multidão na praia de Copacabana, como sempre acontece quando o presidente sai para a praça pública. Era muita gente? Era: não é preciso que nenhuma universidade diga isso, porque dá para ver. Quantos eram? Não tem importância nenhuma. Só teria se houvesse meia dúzia de gatos pingados, como nas manifestações do PT. Como aconteceu o contrário, fica inútil fazer essas contas todas.
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O
que não muda são os dois fatos essenciais que a presença dessas massas na rua
reafirma de maneira indiscutível. O primeiro é que o ex-presidente é o político
brasileiro que mais consegue, realmente, reunir o povo ao seu redor hoje em
dia. O segundo é que o atual presidente da República vive uma situação
dramaticamente oposta: não pode sair na rua nunca, para lugar nenhum, porque
tem medo-pânico de ouvir o que grande parte do povo tem a dizer a seu respeito.
Todas
as suas aparições em público são em auditórios fechados e dedicados
exclusivamente a quem vai bater palmas para ele. Um dia talvez alguém faça
outro tipo de conta – e verifique que há em torno de Lula mais seguranças
armados do que povo. Resulta disso uma situação realmente prodigiosa. No Brasil
de hoje, o homem que é capaz de juntar multidões na rua não pode se candidatar
a nada porque a polícia eleitoral do governo declarou que ele é “inelegível”. O
homem que está na presidência por causa do STF, como disse em público um dos
próprios ministros, vive escondido, nos seus palácios, carros blindados e jatos
privativos.
Fonte:
Gazeta do Povo
https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/ato-rio-bolsonaro-unico-politico-consegue-reunir-povo/
(*) José Roberto Guzzo,
mais conhecido como J.R. Guzzo, é um jornalista brasileiro, colunista dos
jornais O Estado de São Paulo, Gazeta do Povo e da Revista Oeste, publicação da
qual integra também o conselho editorial.
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