O
país ultrapassou a marca de 4,1 milhões de casos prováveis de dengue em 2024,
segundo dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde,
atualizado nesta segunda-feira (29). Foram registradas 1.937 mortes pela
doença.
Esses
são os maiores números da série histórica, registrada pela pasta da Saúde desde
2000. O país registra três anos seguidos de recordes de casos de dengue, após
um período com menor incidência durante a pandemia.
O
último ano do recorde da doença foi 2015, quando o Ministério registrou
1.688.688 casos prováveis da doença.
O
coeficiente de incidência chega a 2.032, muito superior aos 300 casos por 100
mil habitantes que são necessários para a recomendação de epidemia, de acordo
com critérios da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Apesar
dos recordes, de acordo com o painel, há uma tendência de queda dos casos de
dengue. O número de casos da última semana epidemiológica equivale a menos da
metade dos casos registrados na semana anterior.
Além
das mortes confirmadas, ainda existem 2.345 em investigação.
Segundo
o painel, a maioria dos óbitos foi registrada no estado de São Paulo (468),
seguido de Minas Gerais (318), Distrito Federal (290), Paraná (221) e Goiás
(137).
A
incidência da doença é maior na região Sudeste (3.060), onde foram registrados
mais de 2,5 milhões de casos prováveis, Centro-Oeste (2.970) e Sul (2.499).
Os
casos de dengue criaram uma "situação de emergência" nas Américas,
embora os casos em áreas críticas da Argentina e do Brasil pareçam ter se
estabilizado, afirmou o chefe da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), o
médico brasileiro Jarbas Barbosa, na quinta-feira (18).
A
Opas (Organização Pan-Americana de Saúde, ligada à OMS) confirmou mais de 5,2
milhões de casos de dengue em toda a América este ano, um aumento de mais de
48% em relação aos 3,5 milhões de casos relatados pelo grupo no final do mês
passado.
Mais
de 1.800 pessoas morreram da doença viral transmitida por mosquitos, um aumento
em relação aos mais de mil óbitos relatados no mês anterior, no período até
março.
Barbosa
ressaltou que o fornecimento de uma vacina existente contra a dengue é
"muito limitado" e mesmo uma vacinação em larga escala não teria um
impacto imediato na interrupção do surto em curso.
Na
semana passada, o Ministério da Saúde ampliou a vacina contra a dengue para 625
novos municípios. A imunização contra a doença transmitida pelo mosquito irá
chegar a 1.330 cidades do país.
Folha de São Paulo
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