Hoje, dia 28, se comemora o Dia Nacional da Caatinga, único bioma 100% brasileiro e um dos biomas mais povoados (são mais de 20 milhões de brasileiros vivendo nos 850 mil km²) que representam cerca de 11% do território nacional, abrangendo todos os estados do Nordeste e do norte de Minas Gerais. Nos últimos anos, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) ampliou o número de unidades de conservação federais neste bioma e comemora a repatriação de 52 exemplares de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), que retornaram ao seu lar, a caatinga baiana, em março deste ano. Essa ave estava extinta na natureza e é endêmica da região.
A
diversidade, a riqueza de espécies e o número de endemismos da Caatinga foram,
por muito tempo, considerados baixos. Entretanto, pesquisas recentes demonstram
o contrário. São registradas para o bioma, até o momento, 3.200 espécies de
plantas, 371 de peixes, 224 de répteis, 98 de anfíbios, 183 de mamíferos e 548
de aves. A Caatinga é o lar da ave com maior risco de extinção no Brasil, a
ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), e de outra espécie ameaçada, a
arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari). Outras aves endêmicas identificadas
pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do
ICMBio, na Paraíba, são o soldadinho-do-araripe,
beija-flor-de-gravata-vermelha, bico-virado-da-caatinga, tem-farinha-aí,
zabelê. Na lista de animais endêmicos, há também o sapo-cururu, asa-branca,
cotia, gambá, preá, veado-catingueiro, tatu-peba e o sagüi-do-nordeste, entre
outros.
Para ampliar a conservação da biodiversidade da Caatinga, há dois anos o ICMBio
criou três unidades de conservação federais: a Área de Proteção Ambiental (APA)
Boqueirão da Onça, o Parque Nacional Boqueirão da Onça e o Refúgio de Vida
Silvestre da Ararinha-Azul, todas na Bahia. A criação da APA e do Parque
Boqueirão da Onça, que juntas têm quase 9.000 km², foi fundamental na proteção
das onças-pintadas. No Brasil, a onça-pintada vive em diversos biomas, mas é na
Mata Atlântica e na Caatinga que a espécie está mais ameaçada, sendo
considerada criticamente em perigo de extinção.
Extintas da natureza, 52 exemplares de ararinha-azul retornaram ao seu lar em
março deste ano: a caatinga baiana. As aves vieram da Alemanha, por meio da
organização não-governamental alemã Association for the Conservation of
Threatened Parrots (ACTP) que, em parceria com o Governo Federal, trouxe as aves
para o Brasil. Elas estão no Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul,
unidade de conservação federal criada em 2018 especialmente para recebê-las,
antes de serem soltas na natureza.
Ainda
sobre o Bioma
A área da Caatinga é de 844.453 Km² (IBGE, 2004) e a totalidade de seus limites encontra-se dentro do território brasileiro, ou seja, seu patrimônio biológico não é encontrado em nenhuma outra região do mundo. Faz limite com outros três biomas do país, a Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado. De todos os estados em que ocorre a Caatinga, o Ceará é o que possui maior parte do seu território formado por esse bioma.
A região se caracteriza por apresentar clima tropical semiárido, com chuvas
inferiores a 750mm anuais na maior parte do domínio e temperatura média anual
em torno de 26°C. “As Caatingas são espaços de resiliência, poucas regiões
vivem stress hídricos tão permanentes, mas as formas de vida que ali residem se
relacionam com a abundância e a escassez de uma forma equilibrada, harmônica e
de fruição, vivendo cada dia cada estação como se fosse única”, argumenta o
analista ambiental do Cemave, em Cabedelo, na Paraíba, Elivan Souza, que vive o
dia a dia na caatinga.
O ICMBio tem outra unidade que protege o bioma, como a Estação Ecológica (Esec)
Raso da Catarina (BA), que abriga uma área significativamente conservada do
bioma Caatinga. E é nesta região do Raso da Catarina e no Boqueirão da Onça que
vive outra espécie endêmica da caatinga: a arara-azul-de-lear. A espécie é
categorizada como Em Perigo de extinção e está contemplada no Plano de Ação
Nacional para Conservação das Aves da Caatinga, coordenado pelo Cemave. Um
censo, realizado em 2018 pelo Cemave e instituições parceiras, apontou que
nesta região vivem 1.700 arara-azul-lear.
Fonte: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
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