A fazenda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, foi invadida mais uma vez pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Por meio de nota divulgada nesta segunda (15), a Embrapa disse que a ação do sem-terra aconteceu na madrugada de domingo (14).
O
Sem-Tera realizam uma ação chamada de Abril Vermelho, em
que propriedades são invadidas em todo o País.
Essas ocupações marcam a passagem do episódio conhecido como "Massacre de Eldorado dos Carajás", que deixou mortos, na década de 90.
Na nota, a Embrapa disse que teve duas áreas correspondentes a campos
experimentais ocupadas
Uma
delas é a mesma que foi ocupada em 2023. No local, há terras
agricultáveis e de preservação da caatinga.
"Nessa
área, o uso contempla trabalhos de conservação e multiplicação de sementes e
mudas de cultivares lançadas pela Embrapa", disse a nota,
Além disso, existe a produção de plantas forrageiras para alimentação dos
rebanhos de bovinos, caprinos e ovinos, utilizados nas pesquisas para
a pecuária do Semiárido.
Também nesse comunicado, a Embrapa afirmou que há outras atividades desenvolvidas:
Reserva para alimentação dos animais na forma de silos;
Experimentos com frutas, em particular o umbuzeiro;
Estudos relativos à diversidade das espécies da caatinga, subsidiando estratégias
de conservação e manejo;
Espaço
de 20 hectares destinado à realização bianual do maior evento de agricultura
familiar e tecnologias para convivência com o Semiárido, o Semiárido Show.
"Esse
evento disponibiliza, compartilha e promove o intercâmbio e interação de
experiências e tecnologias apropriadas aos agricultores familiares da região,
atingindo um público cada vez maior de produtores e sendo referência em
transferência de tecnologias para a região Nordeste", acrescentou a
Embrapa.
Outra área
A
segunda área é utilizada pela Embrapa Semiárido há mais de 40 anos em regime de
comodato.
Ela
está, atualmente, com Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e
do Parnaíba (Codevasf).
"O
espaço que foi ocupado pelos integrantes do MST corresponde à parte do Campo
Experimental de caatinga destinada ao manejo dos rebanhos, particularmente ao
pastejo em área de vegetação natural, associado ao regime de criação extensiva",
informou a empresa.
Na
nota, a Embrapa explicou que a "diversidade de usos das áreas e
a rotatividade dos enfoques são normais em uma instituição de ciência e
tecnologia como a Embrapa, que lida com os desafios do campo e cujo
desenvolvimento de soluções requer necessariamente experimentos conduzidos em
terras destinadas à pesquisa".
Também
disse que "essa característica é fundamental para que a instituição
permaneça conectada com a realidade da agricultura e da pecuária, considerando
os diferentes perfis de produtores e realidades sociais e econômicas. A
existência dessa infraestrutura é que nos permite a geração de tecnologias
voltadas para a melhoria da qualidade de vida das populações rurais".
Por
fim, a Embrapa reafirmou o "compromisso histórico com a agricultura
familiar e com a produção sustentável de alimentos" e disse que "está
aberta ao diálogo e adotando as medidas cabíveis para solucionar a
situação".
Com informações do Diário de Pernambuco
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