(*) Taciano Medrado
Puxão de orelhas do
chefe
Vivendo uma crise institucional com o Congresso, e em especial com o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que entrou em guerra aberta com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a quem chamou de "incompetente" e "desafeto pessoal", o “chefão”, Lula da Silva, deu uma dura nesta segunda-feira(22) e cobrou dos seus ministros que se envolvam mais na articulação política e nas negociações de projetos do governo com o Congresso, uma área que o Planalto vem enfrentando dificuldades recorrentes.
Pare de ler livro e aja
O
puxão de orelhas foi dado, no lançamento do pacote de crédito Acredita, Lula
citou nominalmente o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio, Geraldo Alckmin; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; e os
ministros do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, e da Casa
Civil, Rui Costa.
O recado
"Isso
significa que o Alckmin tem que ser mais ágil, tem que conversar mais. O
Haddad, ao invés de ler um livro, tem que perder algumas horas conversando no
Senado e na Câmara. O Wellington, o Rui Costa, passar maior parte do tempo
conversando com bancada A, com bancada B", pediu Lula.
Tentando apagar o fogo
Lula se reuniu com Padilha, Rui Costa e os líderes do governo no Congresso para discutir a articulação, e depois de três horas ficou acerta que o “chefão” petista deveria se envolver mais nas conversas como, segundo dizem seus aliados mais próximos ele fazia em seus dois mandatos anteriores.
Entraves das “pautas-bombas”
O
governo deve ver derrubado o veto ao corte de 5,5 bilhões de reais em
pagamentos de emendas de comissão e ainda terá que se mobilizar para evitar a
aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que inclui benefícios
nas carreiras jurídicas e causa um impacto de 40 bilhões de reais anuais no
orçamento da União -- sem contar o efeito cascata para Estados.
A
PEC foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e deve
ir a plenário, mas uma fonte ligada a Lira disse à Reuters que a PEC não deve
passar na Câmara e o presidente da Casa não tem intenção de votar
"pautas-bomba".
(*) Professor e redator – chefe
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