“Enquanto
o governo estiver resistindo, a gente também vai resistir”. A afirmação é do
presidente da Associação de Motoristas de Aplicativo de São Paulo (AMASP),
Eduardo Lima de Souza, também conhecido como “Duda”.
Na
última quarta-feira (17), o Plenário da Câmara dos Deputados discutiu a
proposta de regulamentação da atividade dos motoristas de aplicativo (PLP
12/2024). Centenas de trabalhadores da área estiveram na Câmara para acompanhar
o debate que foi solicitado pelo coordenador da Frente Parlamentar em Defesa
dos Motoristas de Aplicativos, deputado Daniel Agrobom (PL-GO), que celebrou a
retirada da urgência, pelo governo, do PLP 12/24.
O
PLP 12/24 é resultado de um grupo de trabalho que contou com a participação de
representantes do governo, dos trabalhadores e das empresas. Agrobom reclamou
que requisitou a participação, porém não foi atendido. Ele critica a proposta
do governo por não atender à categoria e ainda transferir muitos poderes às
empresas.
O
parlamentar defende a votação de outro projeto, o PL 536/24, formulado pela
frente e que, segundo parte dos trabalhadores, atende muito mais a
categoria.
Posições
contrárias
O
debate provocou discussões contrárias no Plenário da Câmara dos Deputados. De
um lado, profissionais e a empresa in Drive contra o projeto, como relata Paulo
Reis, coordenador jurídico da AMASP.
“Nossas
ações estão sendo em fortalecer a 536 e simultaneamente pedir as alterações ou
a extinção da 12 uma vez que entendemos que a essência, a espinha dorsal, a
essência do processo, do projeto; ela já é ruim com diversos vícios de
origem”, esclarece.
O
gerente de comunicação da In Drive Brasil, Leandro Volcov, também está de
acordo com a categoria e com a ideia de novos debates incluindo todos os lados.
“É
a nossa proposta desde o início, que os motoristas fossem ouvidos, porque o
motorista tendo uma boa experiência e um bom mercado, um mercado aberto, um
mercado que favoreça o exercício da profissão, quem ganha com isso? Todo mundo,
o usuário, a plataforma. Nosso principal cliente nessa discussão tem que ser o
motorista”, destaca.
O
presidente do sindicato dos motoristas de Santa Catarina está preocupado com as
discussões em andamento no Congresso.
“O
projeto, essa PLP, ela vai passar por três comissões, 20 dias para cada, e a
última vai ser CCJ, para a partir daí, ter a votação. Corre-se o risco de
aprovar um projeto totalmente desfavorável para os motores de aplicativo, onde
muitos também já estão fazendo a movimentação do projeto que realmente querem
para a regulamentação, que é o PL 536/2024, protocolado pelo deputado Daniel
Agrobon”, revela.
Quem
concorda com o projeto
Enquanto
uma boa parte dos trabalhadores tentam barrar o projeto de regulamentação da
atividade dos motoristas de aplicativo, uma outra parcela está de acordo com o
projeto e a proposta das empresas como a Uber.
Por
meio de nota, a Uber divulgou junto à Associação Brasileira de Mobilidade e
Tecnologia (Amobitec) que defende a regulamentação do transporte
intermediado por aplicativos para motoristas e entregadores. Segundo a empresa,
o documento apresentado é equilibrado e contempla algumas das demandas
apresentadas por todos os participantes.
O
ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, esteve na audiência pública na
Comissão de Trabalho e destacou que o projeto é fruto da negociação entre
empresas e trabalhadores. Ele pediu que antes dos profissionais criticarem
o projeto que possam ler a proposta apresentada.
Após
ampliar as discussões sobre o projeto que regulamenta as atividades dos
motoristas de aplicativos, com a retirada da urgência o PLP 12/2024 deverá ser
ajustado até 12 de junho. O texto ganhará mais 60 dias de discussão. E passará
alguns dias em cada uma das seguintes comissões: Comissão de Indústria;
Comissão de Trabalho; e Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
(CCJ).
Fonte: Brasil 61
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