RIO DE JANEIRO: Advogado foi morto por atrapalhar facção em apostas online, diz MP

 


O advogado Rodrigo Marinho Crespo foi morto no centro do Rio de Janeiro, em fevereiro, porque incomodava uma organização criminosa que atuava na exploração de apostas online. A conclusão está na denúncia do MP-RJ (Ministério Público estadual) enviada à Justiça.


A denúncia diz que o crime foi cometido por motivo torpe. "Demonstração de força e poder, haja vista que a atuação profissional da vítima, como advogado, vinha incomodando interesses escusos de organização criminosa atuante, dentre outras atividades, na exploração de jogos de apostas online".


O MP-RJ também ressalta que o assassinato aconteceu após uma emboscada. "Uma vez que o executor, ciente da rotina da vítima levantada após rotineira vigilância e monitoramento feita pelos demais denunciados, aguardou-a sair do trabalho, de maneira que foi atacada de inopino quando menos poderia supor o ataque".


A denúncia ainda afirma que ele foi atingido "por diversos disparos de arma de fogo, quando se encontrava de costas, em típico ato de execução sumária".


ATUAÇÃO DO ADVOGADO


Rodrigo Marinho Crespo tinha 42 anos e era sócio-fundador de escritório com foco em direito empresarial. Ele era formado na PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e também tinha pós-graduação em Direito Civil Empresarial pela FGV (Fundação Getulio Vargas).


Áreas de atuação do escritório incluem Direito do Entretenimento e Jogos e mercado de criptoativos. A descrição sobre o primeiro tema, no site do escritório, informa atividades em segmentos como loterias estaduais e consultoria para implantação de operações relacionadas a jogos que possuem amparo legal, como corridas de cavalos e torneios de pôquer. Crespo escreveu no LinkedIn que costumava falar ali sobre regulamentação do mercado brasileiro de jogos lotéricos e registro de apostas.


PRISÃO PREVENTIVA


O juiz Cariel Bezerra Patriota decretou a prisão preventiva dos três homens suspeitos de executar o advogado, segundo o jornal Folha de S.Paulo. Os três já estão presos temporariamente.


Além de decretar a prisão preventiva, a Justiça aceitou a denúncia do MP-RJ, tornando-os réus. São eles: o policial militar Leandro Machado da Silva, Cezar Daniel Mondêgo de Souza e Eduardo Sobreira de Moraes.


O juiz também determinou o afastamento do cargo público e a suspensão do porte de arma de fogo do policial.



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