Os servidores
do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) presos Polícia Civil do Estado
(PCPE) nesta quinta-feira (25), causaram um prejuízo de cerca de R$ 6,4
milhões em alvarás expedidos irregularmente.
Eles
são investigados por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, peculato e
comunicação falsa de crime.
Estão
sendo cumpridos seis mandados de prisão e nove de busca e apreensão
domiciliar, além de sequestro de bens e bloqueio judicial de ativos financeiros
nas cidades de Recife; Gravatá e Sairé, no Agreste; Afogados da Ingazeira e
Iguaracy, no Sertão.
Há,
ainda, um mandado em aberto, com um suspeito ainda foragido por dificuldade de
localização para detenção. Dentre os presos, três são servidores: dois técnicos
e um analista (líder).
Entre
os presos na Operação Themis estão servidores do Poder
Judiciário que estariam relacionados à falsificação e expedição indevida de
alvarás. Segundo o TJPE, dois dos envolvidos já estão com decisão
administrativa de demissão.
Segundo
a polícia, o líder da organização criminosa utilizava a certificação digital de
uma juíza aposentada para expedir os alvarás fraudulentos para benefício de um
terceiro, também membro da facção. Ela foi ouvida, mas afirmou não saber do que
se tratava. A corporação também a investiga, mas a suspeita atual é de que ela
realmente não tinha conhecimento dos delitos.
"Essa
investigação começou em 2023, com uma notificação do TJPE para a polícia. Eles
identificaram que havia uma falsificação e expedição indevidas de alvarás,
lavagem de dinheiro e peculato. O próprio tribunal separou prints do sistema e
os próprios alvarás que usamos para seguir com a investigação. O líder da
organização, do município de Gravatá, já havia sido demitido antes da
prisão", começou o delegado Breno Maia, titular da 1ª Delegacia de Combate
à Corrupção.
"O líder da facção expediu sete alvarás fraudulentos para terceiros. Uma
dessas pessoas, inclusive, foi para a própria filha, mas ela não foi presa
porque suspeitamos que ele utilizava a conta dela sem ela saber. Após a
expedição dos alvarás, o dinheiro era revertido de volta para ele por meio de
terceiros", completou o delegado.
De
acordo com a polícia, o líder da facção costumava lavar o dinheiro obtido nos
atos criminosos por meio da compra de imóveis, joias e bolsas, além de carros
de luxo. "Identificamos que, em apenas um ano, ele gastou R$ 12 milhões em
carros. O valor é mais alto que o prejuízo dos alvarás, mas ainda estamos
analisando as contas e patrimônio dele, porque ele pode ter mais crimes
cometidos",
Entre
os itens apreendidos no momento da prisão, estão colares, brincos,
relógios e bolsas. Os materiais e os alvos da operação estão sendo encaminhados
ao Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), no
Recife.
Para
além dos alvarás, ainda é possível que mais dinheiro tenha sido lavado. A
corporação tenta apurar isso. Os bens de todos os suspeitos, que ficaram em
silêncio no momento da prisão, foram bloqueados para o curso da investigação.
Confira
o que diz o TJPE
"O
Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco (TJPE) informa que na manhã desta
quinta-feira (25/4), foi deflagrada pelo Departamento de Repressão à Corrupção
e ao Crime Organizado (DRACCO) da Polícia Civil de Pernambuco uma Operação de
Repressão Qualificada com o fim de desarticular organização criminosa voltada à
prática dos crimes de peculato, falsidade ideológica, comunicação falsa de
crime e lavagem de dinheiro no âmbito do Poder Judiciário.
Na ação, estão sendo cumpridos Mandados de Prisão, de Busca e Apreensão Domiciliar, Sequestro de Bens e Bloqueio Judicial de Ativos Financeiros, todos expedidos pelo Juízo da Vara dos Crimes contra a Administração Pública e a Ordem Tributária da Capital, existindo dentre os presos servidores do Poder Judiciário que estariam relacionados à falsificação e à expedição indevidas dealvarás Dois desses servidores já estão com decisão administrativa de demissão.
Com informações da Folhe de Pernambuco
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