A
ministra do Planejamento, Simone Tebet, defende o fim da reeleição e se coloca
a favor da proposta em tramitação no Senado que estabelece mandato de cinco
anos para o presidente da República.
Em
entrevista à CNN, Tebet disse ver não apenas a reeleição, mas um mandato
“curto” de quatro anos para os chefes do Poder Executivo — presidente,
governadores e prefeitos — como um “câncer”.
“Totalmente
de acordo [com o fim da reeleição]. Um dos grandes cânceres e males é não só a
reeleição, é um mandato de quatro anos, é um mandato curto. Você ganha no
primeiro ano, no segundo ano você trabalha, no terceiro ano você está pensando
na eleição. O Brasil não vai pra frente dessa forma”, disse a ministra.
Tebet
contraria, com isso, a posição defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) junto a senadores.
Lula
não se pronunciou publicamente sobre o assunto, mas transmitiu sua postura
contrária ao fim da reeleição em jantar em que recebeu líderes do Senado, no
início de março, no Palácio da Alvorada.
Na
ocasião, o presidente se posicionou contra a Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) que tramita no Senado e acaba com a possibilidade de reeleição para
cargos no Poder Executivo.
A
proposta tem o apoio do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e valeria
apenas a partir de 2030. Ou seja, não afetaria o próprio Lula ou governadores e
prefeitos atualmente no exercício de seus mandatos.
“Se
o [ex-]presidente Bolsonaro não tivesse chance de ser candidato à reeleição,
nós não teríamos todo esse processo. Nós teríamos uma eleição totalmente
diferente, talvez até sem uma tentativa de golpe. Um mandato de cinco anos, sem
reeleição, está de bom tamanho”, afirmou Tebet.
Sem
palanque bolsonarista
Na
entrevista à CNN, Tebet afirmou que se recusará a subir no palanque de um
bolsonarista nas eleições municipais deste ano.
Ela
ressaltou que, até o momento, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), não
deu motivos para não contar com o apoio dela à reeleição.
A
ministra observou não ter problemas em subir no palanque do prefeito desde que
seja chamada em “dias diferentes” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Tebet e
Nunes são filiados ao MDB.
“Até
agora, o Ricardo Nunes não me deu nenhum motivo para não apoiá-lo. Obviamente,
nós vamos ver qual é a plataforma de governo dele, se ele vai continuar
defendendo a democracia e os valores dos quais eu comungo. O que eu me recuso é
subir em um palanque de bolsonarista”, disse.
A
ministra afirmou ainda esperar que o MDB esteja com o presidente Lula nas
eleições presidenciais de 2026. Para ela, a democracia precisa de um projeto de
poder.
“Eu
espero que meu partido esteja lá em 2026. O MDB esteja ao lado do governo Lula.
Eu não tenho dúvida que as forças democráticas estarão ao lado de quem tiver
potencial para não deixar a direita voltar”, salientou.
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