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RAFAH, Faixa de Gaza/CAIRO - As Forças Armadas
israelenses assumiram o controle da passagem de fronteira de Rafah, entre a
Faixa de Gaza e o Egito, nesta terça-feira, e seus tanques entraram na cidade
de Rafah, no sul de Gaza, após uma noite de ataques aéreos ao enclave
palestino. AS informações são
] A ofensiva israelense ocorreu no momento em que
os mediadores se esforçavam para garantir um acordo de cessar-fogo entre Israel
e seus inimigos do Hamas e enquanto o conflito entra em seu oitavo mês.
O grupo militante palestino disse no final da
segunda-feira que havia concordado com uma proposta de cessar-fogo, mas Israel
afirmou que os termos não atendiam às suas exigências.
Em meio à preocupação internacional com a situação
dos civis amontoados em Rafah, tanques e aviões israelenses atacaram várias
áreas e casas durante a noite.
Na manhã de terça-feira, as pessoas procuravam por
corpos sob os escombros de edifícios destruídos. Um cadáver foi levado para o
enterro, envolto em uma mortalha branca.
Raed al-Derby disse que sua esposa e seus filhos
foram mortos.
De pé na rua, com a angústia estampada em seu
rosto, ele declarou à Reuters: "Somos pacientes e continuaremos firmes
nesta terra. Estamos esperando pela libertação e esta batalha será pela
libertação, se Deus quiser".
Mais de um milhão de pessoas buscaram refúgio em
Rafah, vivendo em acampamentos de barracas e abrigos improvisados. Muitos estão
tentando sair, atendendo às ordens israelenses de retirada, mas com grandes
áreas do enclave costeiro já destruídas, eles dizem que não têm nenhum lugar
seguro para ir.
Os militares israelenses disseram que uma operação
limitada em Rafah tinha o objetivo de matar combatentes e desmantelar a
infraestrutura usada pelo Hamas, que governa o território palestino sitiado.
O Egito disse que a operação israelense em Rafah
ameaça os esforços de cessar-fogo, e o chefe de política externa da União
Europeia, Josep Borrell, afirmou que o ataque seria mortal para os civis.
"Temo que isso vá causar novamente muitas
baixas, baixas civis", disse ele aos repórteres. "Não há zonas
seguras em Gaza."
Há semanas, Israel vem ameaçando realizar uma
grande incursão em Rafah, que, segundo o país, abriga milhares de combatentes
do Hamas e onde dezenas de reféns estão sendo mantidos. A vitória sobre o Hamas
é impossível sem a tomada de Rafah, segundo Israel.
Um total de 34.789 palestinos, a maioria civis, já
foram mortos no conflito, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
A guerra começou quando militantes do Hamas
atacaram Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando
cerca de 250 outras, das quais acredita-se que 133 permaneçam em cativeiro em
Gaza, de acordo com os registros israelenses.
PASSAGEM DE RAFAH FECHADA
Um porta-voz da autoridade da fronteira de Gaza
disse à Reuters que a passagem de Rafah, uma rota vital para a ajuda ao enclave
devastado, foi fechada devido à presença de tanques israelenses.
A Rádio do Exército de Israel havia anunciado
anteriormente que suas forças estavam no local e imagens do Exército mostraram
tanques passando pelo ponto de fronteira e a bandeira israelense hasteada no
lado de Gaza.
Fontes do Crescente Vermelho no Egito disseram que
a ajuda a Gaza havia sido completamente interrompida em Rafah e na passagem
Kerem Shalom, controlada por Israel.
Os Estados Unidos e outros governos estrangeiros
têm pressionado Israel a não iniciar uma campanha em Rafah até que tenha
elaborado um plano humanitário para os palestinos que se abrigam lá.
"A ocupação israelense condenou os residentes
da Faixa de Gaza à morte após o fechamento da passagem de fronteira de
Rafah", disse Hisham Edwan, porta-voz da autoridade da passagem de
fronteira de Gaza.
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