Irã: eleições presidenciais sucedem luto nacional após morte de presidente em acidente de helicóptero

 


Dezenas de milhares de iranianos lotaram, nesta terça-feira (21), a principal praça do centro de Tabriz, capital da província de Azerbaijão Oriental, noroeste do país, para o cortejo fúnebre de despedida do presidente Ebrahim Raisi, que morreu no domingo (19) num acidente de helicóptero. Iranianos, com bandeiras do país e fotografias do presidente falecido de 63 anos, assim como das outras sete vítimas, acompanharam os caixões cobertos com a bandeira do país transportados em um caminhão.


Irã inicia cinco dias de luto nacional com uma série de cerimônias em várias cidades do país. Em Teerã, na quarta-feira (22), os fiéis poderão acompanhar os restos mortais do presidente Ebrahim Raisi, o ministro das Relações Exteriores e as outras pessoas que estavam no helicóptero que sofreu um acidente no fim de semana. O funeral incluirá também uma peregrinação à cidade sagrada de Qom nesta terça-feira.


O helicóptero retornava a Tabriz no domingo, depois que Raisi viajou à fronteira com o Azerbaijão para a inauguração de uma represa com o presidente do país vizinho, Ilham Aliyev, quando sofreu a queda. O acidente também matou o ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdolahian.


Sequência das homenagens


No início da cerimônia nesta terça-feira, o ministro do Interior, Ahmad Vahidi, prestou homenagem às vítimas, consideradas como "mártires". "O povo iraniano demonstrou que transforma cada calamidade em uma escada para elevar a nação a novas glórias", disse ele.


A quarta-feira será o ponto alto das cerimônias. Os restos mortais do presidente Raissi, de seu ministro das Relações Exteriores e das outras pessoas a bordo do helicóptero serão levados para Qom, e depois para Teerã.


Na quinta-feira (23), o corpo do Raisi será transportado para a província de Khorasan do Sul, no leste do país, e em seguida para sua cidade natal, Mashhad (nordeste), onde será sepultado durante a noite. Os restos mortais de Ebrahim Raisi serão enterrados em Mashhad, no mausoléu do i Reza, o oitavo sucessor do profeta Maomé, de acordo com a maioria dos muçulmanos xiitas do Irã.


Um líder supremo deverá fazer a oração fúnebre. Haverá uma grande reunião de fiéis nesse dia em Teerã, com convidados estrangeiros participando do funeral, que percorrerá vários quilômetros.


O início do processo eleitoral


O processo eleitoral para a eleição do sucessor de Ebrahim Raisi está prestes a começar. As indicações serão aceitas entre 30 de maio e 3 de junho e a lista dos candidatos aprovados será publicada por volta de 11 de junho. A eleição deverá ocorrer em 28 de junho.


O nome do sucessor do presidente falecido será então conhecido. Isso também é um sinal do desejo do governo iraniano de mostrar que, apesar da morte do presidente Raisi, não há crise política ou institucional.


O aiatolá Raisi, eleito em 2021, teve o mandato marcado pela repressão que impôs durante os protestos pela morte da jovem curda-iraniana Mahsa Amini, em 2022. Raisi, que fez carreira no Judiciário, também se declarava um inimigo de Israel.


(Com informações de agências e do correspondente da RFI em Teerã, Siavosh Ghazi)


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