A
Justiça Eleitoral paulista determinou nesta quinta-feira que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e o YouTube removam vídeo da plataforma em que o petista
pede votos para o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato à
prefeitura de São Paulo, durante ato na véspera em comemoração ao Dia do
Trabalhador.
A
liminar do juiz eleitoral Paulo Eduardo de Almeida Sorci atendeu a um pedido do
Partido Novo, uma das legendas que questionava a conduta de Lula. O magistrado
deu 48 horas para que o YouTube retire o vídeo do canal do presidente.
"A
permanência do vídeo na rede pode macular a paridade entre os possíveis
candidatos ao pleito vindouro, especialmente porque, além da extemporaneidade
do ato de campanha, se trata de um 'cabo eleitoral' de considerável
relevância", disse o juiz Almeida Sorci.
Durante
o evento no feriado de quarta, Lula fez um explícito pedido de voto a Boulos
(PSOL).
"Esse,
esse rapaz, esse jovem, esse jovem, ele está disputando uma verdadeira guerra
aqui em São Paulo. Ele, ele está disputando com o nosso adversário nacional,
ele está disputando contra o nosso adversário estadual e ele está disputando
contra o nosso adversário municipal", disse.
"Ele
está enfrentando três adversários e por isso eu quero dizer para vocês, ninguém
derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo
nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo, cada pessoa que votou no Lula
em 89, em 94, em 98, em 2006, em 2010, em 2018, em 2022, dizem votar no Boulos
para prefeito de São Paulo", reforçou Lula, ao lado do
pré-candidato.
Em
sua conta no X, o Partido Novo comentou a decisão liminar. "É só o começo:
queremos que Boulos e Lula também sejam responsabilizados", disse.
O
presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), criticou na véspera a atuação de
Lula no evento.
"Em
vez de ofertar esperança aos trabalhadores no #1demaio, o presidente da
República foi a São Paulo com a estrutura do governo para fazer campanha
eleitoral contra o MDB, partido com três ministros que têm feito um trabalho
exemplar para o país", disse.
"Respeitar
a lei eleitoral é respeitar a democracia. O chefe da nação deveria dar o
exemplo", completou ele, que ressaltou a atuação colaborativa da legenda
em nível federal, em que é aliado do governo Lula.
O
MDB deve disputar com o prefeito paulistano e provável candidato à reeleição,
Ricardo Nunes, contra Boulos. A legenda também recorreu à Justiça Eleitoral
para questionar o presidente.
Fonte: Reuters
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