Duas barragens continuam em situação de emergência no Rio Grande do Sul, com risco de rompimento iminente, provocado pelo grande volume de chuvas: a Usina Hidrelétrica (UHE) Bugres Barragem Salto, no município de São Francisco de Paula, na Serra Gaúcha, e a Santa Lúcia, em Putinga, a 200 quilômetros da capital, Porto Alegre.
As
informações foram divulgadas na tarde desta terça-feira (14) na atualização do
boletim da Defesa Civil sobre a situação das barragens no estado. Os dados são
do monitoramento feito pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e
Infraestrutura (Sema) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O
governo estadual destaca que a situação de emergência exige providências
imediatas para preservar as vidas de moradores dos dois municípios.
São
Francisco de Paula
Monitoramento
feito pela Aneel indica que a UHE Bugres Barragem Salto, em São Francisco de
Paula, apresenta risco de deslizamento de encosta. A prefeitura municipal emitiu alerta no fim da tarde de ontem (13), publicado
em rede social, para que moradores do entorno da hidrelétrica evacuem
imediatamente a região. De acordo com o comunicado, em caso de desmoronamento,
há risco da formação de ondas que podem atingir as construções da cidade. A
postagem traz um mapa com a área crítica de alagamento.
“Para
garantir a segurança de todos, sugerimos que se dirijam ao Centro do Idoso,
localizado na Rua Antônio Francisco Lisboa, esquina com a Rua Carlos Barbosa,
atrás do Ginásio Municipal de Esportes, onde encontrarão abrigo e assistência”,
diz a mensagem da prefeitura.
Em
situações de emergência, os cidadãos podem ligar para a Defesa Civil municipal
ou mandar mensagem de áudio ou texto por WhatsApp no número (54) 9 9686-4645.
Por preocupação, a Defesa civil tem ido de casa em casa informando
sobre o risco.
Putinga
A
barragem Santa Lúcia, em Putinga, é monitorada pela Sema.
No
Instagram, a prefeitura municipal informa que, nesta segunda-feira, foi feita
uma visita
à Barragem de Santa Lúcia para verificar as condições locais e adoção
de medidas imediatas para salvar vidas.
Segundo
o prefeito Paulo Lima, a pressão da barragem está sendo regulada em vários
pontos, com apoio e experiência de pessoas que construíram a instalação. O
prefeito detalha que ações estão dando vazão ao volume de água represada e que
o resultado foi uma redução de 3 metros no nível da barragem, em 48 horas. “Com
o volume pluviométrico que temos na barragem, se ela tivesse se rompido a 180
metros acima do nível da cidade, teríamos uma das maiores tragédias no Rio
Grande do Sul, porque, com esse rompimento, 90% do perímetro urbano seriam
inundados. Tentamos fazer o que é necessário e podemos ter evitado uma grande
catástrofe”, conclui o prefeito.
Em
setembro de 1953, houve um rompimento de barragem no município, conforme relato no site da prefeitura de Putinga. Na
ocasião, a barragem que se rompeu servia de reservatório para uma usina
hidrelétrica e colocou em risco toda a população, uma vez que a água da represa
desaguou no Arroio Putinga, que atravessa o centro da cidade. Após a ruptura, a
barragem foi reconstruída com capacidade de armazenamento menor
Risco em outras barragens
Seis
barragens estão em nível de alerta, o que ocorre quando há indicação de
anormalidades que representam risco à segurança da estrutura e exigem
providências. São as usinas hidrelétricas 14 de Julho, nos municípios de
Cotiporã e Bento Gonçalves; Dona Francisca, em Nova Palma; Pequena Central
Hidrelétrica Salto Forqueta, em São José do Herval/Putinga; e as barragens
Capané, em Cachoeira do Sul, São Miguel, em Bento Gonçalves, e Saturnino de
Brito, em São Martinho da Serra.
O
último boletim da Defesa Civil indica que estão em nível de atenção no estado,
que é quando as irregularidades não comprometem a segurança da barragem no
curto prazo, mas exigem monitoramento, controle ou reparo para não agravar a
situação: as usinas hidrelétricas Bugres – Barragem Divisa, Bugres – Barragem
do Blang e Canastra, todas eem Canela; PCH Furnas do Segredo, em Jaguari; e as
barragens Assentamento PE Jânio Guedes da Silveira, B2, em São Jerônimo; do
Saibro, em Viamão; A – Assentamento PE Tupy, em Taquari; Filhos de Sepé, em
Viamão; Assentamento PE Belo Monte, em Eldorado do Sul; Lomba do Sabão, em
Porto Alegre.
De
acordo com o governo do estado, o Rio Grande do Sul tem cerca de 10,7 mil
barragens.
Fonte: Agência Brasil
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