O número de mortos em razão dos temporais que atingem o Rio Grande do Sul subiu para 57 neste sábado (4) de acordo com o boletim divulgado pela Defesa Civil. Veja abaixo as cidades em que as mortes aconteceram.
Além
dos mortos, há 67 desaparecidos e 74 pessoas feridas. A Defesa
Civil soma 42.221 pessoas fora de casa, sendo 9.581 pessoas em abrigos e
32.640 desalojadas, que recebem abrigo nas casas de familiares ou amigos. Ao
todo, 300 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema,
afetando 422,3 mil pessoas.
"Esses
números podem mudar ainda substancialmente ao longo dos próximos dias, na
medida em que a gente consiga acessar as localidades e consiga ter a identificação
de outras vidas perdidas", diz o governador Eduardo Leite (PSDB).
Os temporais causaram danos também na infraestrutura viária do RS. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 188 trechos de rodovias enfrentam algum tipo de bloqueio em razão disso. Do total, cinco trechos de rodovias federais e 28 trechos de rodovias estaduais sofrem bloqueio parcial. Os demais trechos enfrentam bloqueios totais.
O
desastre ambiental também deixou cidades sem luz. Na manhã deste sábado, a Rio
Grande Energia (RGE), concessionária de energia elétrica que atende parte do
RS, divulgou que 296 mil clientes estão sem luz. A maioria desses clientes
estão em áreas alagadas. As regiões mais afetadas são Vale do Taquari (92,1
mil), Metropolitana (88,4 mil), Vale do Rio Pardo, (43,8 mil), Vale dos Sinos
(34 mil), Serra (12,4 mil), Planalto (11,7 mil), e Central (9,3 mil).
Já
a outra concessionária de energia, a Companhia Estadual de Energia Elétrica
(CEEE), divulgou que há 73 mil clientes sem energia em sua área de atuação. Os
municípios mais atingidos são Guaíba, Porto
Alegre e Alvorada. Dos desabastecidos, 58 mil estão desligados por
segurança devido a áreas alagadas, atendendo a solicitações da Defesa Civil, do
Corpo de Bombeiros e das prefeituras municipais.
Em
Porto Alegre, o nível do Guaíba superou a cota de inundação, transbordando e
avançando sobre ruas e avenidas – e ultrapassou
os 5 metros na manhã deste sábado.
A
rodoviária de Porto Alegre ficou totalmente alagada, segundo informações do
gerente de operações Jorge Rosa. Todas as viagens de chegada e saída da cidade
foram canceladas. Já
o Aeroporto Salgado Filho foi fechado "devido ao elevado volume de
chuvas".
Em
entrevista coletiva na manhã deste sábado (4), o prefeito de Porto Alegre,
Sebastião Melo (MDB), pediu que a população faça racionamento de água.
"Quase uma determinação", disse Melo. Quatro
das seis estações de tratamento de água não estão funcionado.
Os
temporais deixaram presídios do estado ilhados devido às enchentes
causadas. Mais
de 1 mil detentos precisaram ser transferidos de unidades prisionais.
Mortes:
Canela
(2)
Candelária
(1)
Caxias
do Sul (4)
Bento
Gonçalves (4)
Boa
Vista do Sul (2)
Paverama
(2)
Pantano
Grande (1)
Pinhal
Grande (1)
Putinga
(1)
Gramado
(6)
Itaara
(1)
Encantado
(1)
Salvador
do Sul (2)
Serafina
Corrêa (2)
Segredo
(1)
Santa
Maria (5)
Santa
Cruz do Sul (4)
São
João do Polêsine (1)
Silveira
Martins (1)
Vera
Cruz (1)
Taquara (2)
São
Vendelino (2)
Três
Coroas (3)
Situação
de emergência
O
governo decretou
estado de calamidade, situação
que foi reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado fica apto a
solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência
humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços
essenciais.
A
Defesa Civil colocou a maior parte das bacias hidrográficas do estado com risco
de elevação das águas acima da cota de inundação.
O
governo federal enviou
100 integrantes da Força Nacional para o RS na tarde desta sexta-feira
(3). A tropa federal ajudará nas operações de salvamento e resgate das pessoas
atingidas pelas enchentes no estado.
Dos
100 enviados para a região, 60 deles são bombeiros para auxiliar na resposta ao
desastre causado pelos temporais no estado. Também serão deslocados para o
estado 25 caminhonetes, dois ônibus, um caminhão e três botes de resgate. São
36 policiais federais que estão envolvidos diretamente nos trabalhos.
A
Polícia Rodoviária Federal (PRF) mobilizou 75 agentes para as operações de
salvamento e resgate das pessoas atingidas pelas enchentes, além de sete
especialistas em resgate.
Os
meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são
reflexo de, ao menos, três
fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas. Nas
próximas 24 horas, há previsão de mais chuva.
A
tragédia no estado está associada a correntes intensas de vento, a
um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e a
um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.
A previsão
é de que a condição se mantenha até este sábado com acumulados
que podem chegar até 400 milímetros. O volume deve se somar aos mais de
300 milímetros de chuva registrados nos últimos 4 dias.
Fonte: G1- RS
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