A
cidade de Petrolina,
no Sertão de Pernambuco, testemunha o surgimento de um gigante. Com 57
metros de altura, a nova escultura do artista plástico Ranilson Viana será o
maior monumento do Brasil. Hoje, o
recorde pertence à estátua de Santa Rita de Cássia, que fica na cidade de Santa
Cruz (RN), com 56 metros. O monumento é do escultor paraibano
Alexandre Azêdo.
A
obra, que retrata Santa Ana, mãe de Maria e avó de Jesus, será destinada ao
município de Santana do
Ipanema, em Alagoas, e ultrapassará, por exemplo, o tamanho do Cristo
Redentor, que tem 38 metros. “Só o elevador dentro dela é maior do que o
Cristo Redentor”, afirma o artista plástico.
O
projeto atual é um marco não só para Ranilson, mas para o turismo religioso no
Brasil. Segundo dados do Ministério do Turismo, em 2023 o setor movimentou mais
de 18 milhões de pessoas pelo país. Para o artista, a escultura gigante é
uma contribuição valorosa neste seguimento.
“Quando
uma cidade recebe uma obra dessas, ela se transforma, há um impacto social e
econômico nisso. Para a construção da base da estátua nós só contratamos
pessoas da cidade. Após a instalação da escultura, a rede de comércio e
serviços do município fica fortalecida pelos visitantes”.
A
construção de uma obra como essa passa por várias etapas. Primeiro, é feito um
molde no computador que depois é impresso em 3D; em seguida, a equipe começa a
moldar as partes do corpo da escultura. Por fora, as retratações recebem fibra
de vidro, por dentro, uma estrutura metálica é montada já na cidade em que a
obra será instalada. Por fim, os detalhes de mãos e rostos são feitos.
Para
transportar a maior escultura do Brasil, a previsão é que sejam utilizadas 15
carretas com cerca de 19 metros de comprimento cada. A obra precisa ser
fatiada por conta da largura e altura. Após a chegada na cidade, serão
necessários cerca de 45 dias para realizar a montagem completa.
A
tecnologia tem sido uma aliada no processo criativo. Com o uso de fibra de
vidro como matéria prima das esculturas e o auxílio de impressoras 3D e braços
robóticos, o tempo de produção das peças é reduzido significativamente. “Antigamente,
quando se esculpia grandes peças em bronze ou no concreto, uma escultura de 30
metros levaria de três a quatro anos para ser concluída. Hoje, conseguimos
fazer isso em até sete meses.”
Apesar
do tamanho da obra impressionar, o artista plástico já planeja um monumento
ainda maior para os próximos trabalhos. O atual trabalha chega perto dos 60
metros, mas Ranilson e sua equipe já planejam uma escultura que ultrapasse a
casa dos 80 metros.
As
obras do petrolinense são conhecidas pelo realismo detalhado e pela capacidade
de evocar emoções. O escultor afirma receber relatos de pessoas que foram
profundamente tocadas por uma força metafísica ao se depararem com a obra.
“As
pessoas acabam fortalecendo a própria fé a partir das esculturas. Alguns dizem
que mudaram de vida a partir do contato com as obras. Já recebi relatos de
pessoas que saíram do alcoolismo, que se reaproximaram de suas famílias, é
muito gratificante saber como meu trabalho pode transformar as pessoas”.
Outra
obra que Ranilson e a equipe dele trabalham é o Cristo Misericordioso, a
escultura terá cerca de 40 metros e será instalada em Anadia, também no estado
de Alagoas. O petrolinense também é responsável pelo projeto de readequação da
Nossa Senhora de Fátima, no Crato, Ceará, com 45 metros de altura.
Ranilson
também tem como projeto pessoal espalhar uma série de esculturas da Via Sacra e
contar a história de Cristo através de suas obras. Cada Via Sacra inclui cerca
de 42 esculturas humanas, além de outros elementos estruturais, como pilastras
e cruzes. Atualmente, há três em produção, que serão destinados para Palmeira
dos Índios, Feira Grande e Mata Grande, em Alagoas.
“A
instalação da Via Sacra em uma cidade é uma forma de fortalecer a história
cultural daquele lugar e também contribuir com a fé das pessoas”, afirma.
Para
o futuro da carreira, Ranilson já tem objetivos traçados. Além de espalhar o
máximo possível de obras da Via Sacra, o escultor também planeja construir a
maior escultura do mundo. Esse recorde pertence atualmente à Estátua da
Unidade, que tem 130 metros de altura, sem a base de 52 metros, e fica
localizada na Índia.
Mas
se depender de Ranilson, no futuro esse posto será de uma obra localizada em
Petrolina. “Meu sonho é fazer a maior escultura do mundo aqui em Petrolina. Não
depende só de mim, no entanto, seria incrível poder trazer isso para cá e
devolver com uma obra dessa importância tudo que a cidade me deu. Isso iria
atrair ainda mais turistas e impulsionar a economia petrolinense”, conclui
Ranilson.
Fonte: Petrolina e região
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