O
dólar subia frente ao real nesta terça-feira, 23, recuperando-se das perdas da
véspera, à medida que a divisa norte-americana retoma sua força em uma série de
mercados emergentes e investidores voltam suas atenções para a divulgação de
dados econômicos dos EUA.
Às
9h37, o dólar à vista subia 0,66%, a 5,6056 reais na venda. Na B3, o contrato
de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,18%, a 5,586 reais na
venda.
Nesta
manhã, o dólar avançava sobre moedas emergentes, recuperando-se das perdas da
sessão anterior, quando a desistência do presidente dos Estados Unidos, Joe
Biden, da disputa presidencial ajudou no apetite por risco no exterior devido à
queda nas apostas de vitória do candidato republicano, Donald Trump.
Biden
anunciou sua decisão no domingo e declarou apoio a sua vice-presidente, Kamala
Harris, como candidata do Partido Democrata.
No
entanto, a divisa norte-americana se aproveitava nesta terça-feira de um
cenário ruim para países exportadores de commodities. Os contratos futuros de
minério de ferro caíram para o nível mais baixo em mais de três meses, à medida
que aumentam as perspectivas de demanda fraca na China.
O
contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias
de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 3,43%, a
774,5 iuanes (106,47 dólares) a tonelada, seu valor mais baixo desde 8 de
abril.
A
queda nos preços do petróleo também gerava impacto, com o petróleo tipo Brent
em Londres recuando 0,7%, a 81,81 dólares por barril, e o petróleo em Nova York
caindo 0,77%, a 77,79 dólares por barril.
Com
isso, o dólar avançava sobre moedas como o peso mexicano, em alta de 0,6%, o
peso chileno, com ganho de 0,6%, e o rand sul-africano, com avanço de 0,9%.
O
índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma
cesta de seis divisas — subia 0,12%, a 104,420.
Agentes
financeiros também ajustam suas posições na espera da divulgação de dados dos
Estados Unidos nesta semana, incluindo o PIB para o segundo trimestre na
quinta-feira e o índice PCE — indicador preferido de inflação do Federal
Reserve — na sexta.
Os
mercados globais seguem com a expectativa de que o banco central dos EUA comece
um ciclo de afrouxamento monetário em setembro.
Cenário
local
No
cenário nacional, o mercado ainda reage ao anúncio do governo de um
congelamento de 15 bilhões de reais do Orçamento deste ano a fim de cumprir as
exigências do arcabouço fiscal.
Na
segunda-feira, o Executivo elevou sua projeção para o déficit primário do
governo central em 2024 a 28,8 bilhões de reais, exatamente o limite inferior
da margem de tolerância da meta de déficit zero.
Também
repercutia entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para agências
internacionais na véspera, onde disse que o governo fará congelamento de
despesas orçamentárias sempre que necessário.
“(O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva) deu uma acalmada no mercado dizendo que
quando fosse necessário haveria corte na maquina pública, o que é um bom
indício”, disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester
Investimentos.
No
entanto, Lula afirmou que ainda não tem um nome para suceder o presidente do
Banco Central, Roberto Campos Neto, no próximo ano, o que, segundo Avallone,
gera uma “apreensão” no mercado.
Na
segunda-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,5687 reais na venda,
em baixa de 0,64%.
O
post Dólar sobe e é negociado acima de R$ 5,60, em linha com
mercados emergentes apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.
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