Após
o anúncio do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela dando a vitória para o presidente Nicolás Maduro nas
eleições deste domingo (28/7), alguns presidentes de esquerda, como da Bolívia
e de Honduras, parabenizaram Maduro, enquanto outros chefes de Estado
criticaram a lisura do processo. Os mandatários de Brasil, Colômbia e México,
todos à esquerda e com laços históricos com o chavismo, não haviam se
manifestado sobre o resultados - contestados pela oposição - até a publicação
desta reportagem.
O
presidente do Chile, Gabriel Boric, de esquerda, mas crítico de Maduro, disse
que não reconhecerá "nenhum resultado que não seja verificável".
"O
regime de Maduro deve entender que esses resultados são difíceis de acreditar.
A comunidade internacional e sobretudo o povo venezuelano, incluindo os milhões
de venezuelanos no exílio, exigimos total transparência das atas do processo, e
que observadores internacionais não comprometidos com o governo atestem a
veracidade dos resultados", escreveu Boric na rede social X.
De
Tóquio, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que
seu país tem "sérias preocupações" sobre o resultado anunciado.
Blinken
disse que os EUA estavam preocupados com o fato de o resultado não refletir nem
a vontade e nem os votos dos venezuelanos.
“É
fundamental que todos os votos sejam contados de forma justa e transparente,
que as autoridades eleitorais partilhem imediatamente informações com a
oposição e observadores independentes (...). A comunidade internacional está
observando isso de perto e responderá de acordo”, disse Blinken.
Já
o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, de direita, chamou o processo
eleitoral venezuelano de "viciado" e disse que "não se pode
reconhecer um triunfo se não se confia na forma dos mecanismos utilizados para
chegar a ele".
A
conta oficial da presidência da Costa Rica emitiu um comunicado ainda na
madrugada repudiando "categoricamente" o resultado da eleição
venezuelana, considerada "fraudulenta".
O
governo venezuelano reagiu às críticas. Um comunicado da Chancelaria divulgado
pelo ministro Yvan Gil afirmou que a Venezuela denunciava e alertava o mundo a
respeito "de uma operação de intervenção contra o processo
eleitoral".
Aliados
de Maduro celebram; Brasil ainda em silêncio
Maduro
também recebeu cumprimentos de aliados. O presidente Luis Alberto Arce, da
Bolívia, destacou a "festa democrática" e a "vontade do
povo". Xiomara Castro de Zelaya, presidente de Honduras, felicitou o
mandatário.
Os
analistas, porém, chamavam a atenção para o papel crucial que Brasil, Colômbia
e México e frisavam o silêncio dos mandatários até o momento.
Gustavo
Petro não havia se manifestado sobre os resultados até a publicação deste
texto. No entanto, Petro publicou uma mensagem na sexta-feira (26) afirmando
que a Venezuela "toma decisões democráticas" e que "qualquer que
seja sua vontade, será respeitada pelo meu governo".
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