Foto reprodução
O
Ministério da Saúde confirmou na última quinta-feira (25) duas mortes por febre
oropouche no país. Até o momento, não havia relato na literatura científica
mundial sobre a ocorrência de óbito pela doença, informou a pasta, em nota. As
mortes são de mulheres que viviam no interior da Bahia, tinham menos de 30 anos
de idade, sem comorbidades, e apresentavam sinais e sintomas semelhantes ao de
dengue grave. Neste ano, o país já registrou 7.236 casos, uma alta de 766,6% em
relação ao acumulado de 2023. Em nota ao portal Brasil 61, a Secretaria
da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) confirmou os óbitos e destacou as
medidas de prevenção.
“Por
ser transmitida por um mosquito - o maruim ou mosquito palha, as medidas de
prevenção, a exemplo do uso de repelente, podem ser adotadas pelos
indivíduos.”
Entenda
a Febre Oropouche
A
febre oropouche é uma infecção causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense,
transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraenses, conhecido como
maruim ou mosquito-pólvora, na região amazônica. Em locais silvestres, outros
insetos como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus podem disseminar
o patógeno. Já em áreas urbanas, onde a circulação do vírus é menos comum, o
mosquito Culex quinquefasciatus também atua como um vetor. Karina
Martins, médica infectologista faz um alerta sobre a oropouche.
“Essa virose com alerta epidemiológico tem sintomas muito parecidos com dengue, chikungunya ou zika. Ela é também uma arbovirose, ou seja, transmitida por artrópodes como os mosquitos ou carrapatos, só que o mosquito da febre do oropouche é um mosquito diferente, é um mosquito chamado mosquito culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito pólvora. Também o mosquito culex pode ser transmissor em ambientes urbanos”.
Os sintomas da febre oropouche incluem febre alta, dores de cabeça intensas,
dores musculares e articulares, e em alguns casos, manifestações hemorrágicas.
Os sintomas costumam aparecer de 4 a 8 dias após a picada do mosquito
infectado. Karina Martins explica as diferenças dos sintomas.
“Então,
a maioria das pessoas têm aqueles sintomas como febre, dor de cabeça, dor no
olho ou até dor atrás dos olhos, algum "rash" cutâneo, vermelhidão
cutânea. Esses sintomas são muito parecidos, né, com as outras arboviroses. O
que costuma aí diferenciar é essa recuperação mais lenta, que pode durar várias
semanas, e cerca de 60% desses pacientes com oropouche podem apresentar
recidiva. Então, depois de uma, duas semanas de cura da febre, volta a
recidivar com febre.
Prevenção
e Tratamento
A
prevenção da febre oropouche envolve medidas para evitar a picada dos mosquitos
vetores, como o uso de repelentes, roupas de manga longa e instalação de telas
em portas e janelas. Além disso, é crucial eliminar focos de água parada que possam
servir de criadouro para os mosquitos.
A
médica Karina Martins explica sobre os tratamentos.
“Não temos um tratamento específico para essa doença, não temos vacina, não temos remédio específico para essa virose, os cuidados então se baseiam em sintomáticos e as medidas de prevenção contra o mosquito. Sintomáticos, são usados analgésicos, antitérmicos e, principalmente, repouso e hidratação. Muito importante manter a hidratação adequada, é o principal fator para a recuperação do paciente. Explica
Pacientes com sintomas graves devem ser hospitalizados para monitoramento e
cuidados intensivos.
Grupos
de Risco
Embora qualquer pessoa possa ser infectada pelo vírus, os grupos mais vulneráveis incluem crianças, idosos e pessoas com sistemas imunológicos comprometidos. Karina faz um alerta sobre essa virose.
“Fique atento a essa nova virose que tem sintomas aí muito parecidos com dengue
e chikungunya. Para fazer esse diagnóstico diferencial é necessário uma
notificação desses casos e envio para vigilância epidemiológica para poder
fazer testes, pois não temos esses testes disponíveis ainda em laboratório
particular”.
A rápida identificação e tratamento dos casos são essenciais para prevenir complicações e óbitos.
Fonte: Brasil 61
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