Famílias
do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, na manhã da
última terça-feira, 23, a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA), em Goiânia. Os trabalhadores do campo lutam contra a
desapropriação de terras que já pertenciam ao órgão e estavam ocupadas há anos,
defendem maior crédito para agricultura familiar e lutam por políticas de
garantia de uma alimentação saudável.
Em
entrevista ao Jornal Opção, Lucas Prates, da coordenação do MST, afirma
que a ocupação está “sem previsão de saída, até que o Incra consiga dar uma
resposta concreta para a nossa pauta”. O representante do movimento explica que
existem territórios no estado que já tinham tido posse emitida para o Incra,
mas que correm risco de desapropriação por falta de pagamento do Instituto.
Centenas de famílias que já ocupam esses territórios há mais de dez anos correm
risco de serem desapropriadas.
“O
Incra tem uma área em Ipameri e perdeu por falta de pagamento”, exemplificou.
Lucas afirma que existem outras quatro áreas em negociação judicial por falta
de pagamento. “O Incra não consegue ainda pagar o proprietário para que as
áreas sejam para assentamento, e essas vidas [as famílias assentadas] estão
dentro dessas áreas há mais de cinco, de sete, de dez, de quinze anos”,
explicou.
O
representante do MST percebe entraves para liberação dessas terras tanto por
parte do Executivo, ligados ao Incra, quanto no Legislativo, com questões
ligadas à liberação de verba. Até o momento, o superintendente do Incra Goiás
ainda não deu resposta às demandas apresentadas. A partir de hoje, os
servidores do órgão ocupado já não devem mais operar. “Há uma uma lei que não
permite o órgão ocupado em funcionamento”, explicou.
“Então,
são em torno de quatrocentos e cinquenta famílias [em risco de despejo]. Cento
e cinquenta estão numa área só”, explicou. Segundo as demandas apresentadas
pelo Movimento, são sete áreas em Goiás em risco de despejo. “Fora essas sete
têm mais dez áreas em processo de negociação que não tem avançado”, finalizou.
O Jornal
Opção entrou em contato com o Incra a fim de solicitar posicionamento do
órgão sobre a ocupação, mas não obteve resposta até o momento de publicação
desta matéria. O espaço segue aberto.
Mobilização
Lucas
afirma que o MST já esteve em reunião com o presidente do Incra nacional, em
Brasília, e houve promessa de liberação de verba para destravar a liberação de
terras para assentamentos. “Então, é preciso que o INCRA aqui se coloque,
posicione, coloque a, como pauta, como necessidade, como prioridade”, sintetiza
a importância da coordenação das ações.
Em
Goiás
Lucas
afirma que a ocupação do Incra Goiás se deu de forma pacífica. Inicialmente,
houve presença da polícia “com aparato muito forte”, o que acabou preocupando
as famílias dos assentados. “O próprio superintendente conseguiu conversar com
eles e deu acalmada, e nós conversamos com eles também, aí eles se retiraram”,
explicou.
Apesar do episódio de ontem, 23, ter sido resolvido de forma pacífica, o representante do MST expressa preocupação com o uso de força policial em manifestações pacíficas.
Fonte: Jornal Opção
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