(*)
Valter Bernat
Neste
ano houve muitas eleições pelo mundo e haverá mais. 1/3 dos países está
passando ou passará por algum processo eleitoral. Há, ou já houve, eleição na
Ásia, na África e na Europa.
O
mundo sai de 2024 e entra em 2025 com uma outra correlação de forças: regional
ou global.
Tivemos
eleição na Rússia, na Índia, na França e no México, que elegeu a primeira
mulher presidente em sua história. Ela tomará posse em outubro, no mesmo mês em
que teremos aqui a nossa eleição municipal, que, obviamente, interessa só a
nós, mas, especialmente, um mês antes da eleição que interessa a todo o mundo
que é a de presidente dos EUA.
O
novo pleito americano tem a possibilidade de mudar muita coisa no mundo,
principalmente para o México, que estará de olho aberto no resultado, já que,
em caso da vitória de Trump, as relações internacionais americanas mudariam de
forma absoluta.
Seja
com a vitória de qualquer dos dois candidatos, o mundo inteiro está acompanhando
com interesse maior do que suas próprias eleições internas, por mais absurdo
que pareça. O citado México por causa da política de imigração, além disso, a
Ucrânia, Israel, Índia e China, por razões óbvias, precisam saber como
terminará este complicado “game”.
Por
aqui não é diferente. Os EUA são o maior importador de produtos e serviços do
mundo e são o segundo maior exportador, só perdendo para a China. Além disso,
são o terceiro país que mais vende pra gente e o segundo que mais compra nossos
produtos. Se somarmos produtos, serviços e investimentos são os nossos maiores
parceiros comerciais, maiores do que a China.
Precisamos
entender o peso e a força de um país e seu papel, bem como o interesse que um
tem no outro por vários indicadores, mas o principal deles é a troca comercial
e, no caso dos EUA. De tudo o que a gente vende, eles compram 30%, o que é
muito para nós, mas muito pouco para eles, já que representa apenas 3% do que
eles compram do resto do mundo.
Só
por aí dá pra ver o peso e a importância que eles têm em nossa economia. Eles
exportam pra gente cerca de US$80bi que é apenas 4% de tudo o que eles
exportaram, mas pra nós é 33% de tudo o que compramos.
Então,
se no futuro os EUA resolverem não ter mais comércio conosco, eles deixam de
comprar 3% e deixam de vender 4%, mas a nossa economia entra em colapso porque
deixamos de vender 33% de nossos produtos. Simples assim.
Logo,
os americanos têm o poder de fazer a nossa economia entrar em colapso. O novo
presidente americano vai administrar um orçamento que é 7 vezes o orçamento
brasileiro e um orçamento militar que é 45 vezes o nosso. Números
impressionantes.
Então,
qual é o nosso desafio?
Sabendo o tamanho que tem, tirar o maior proveito das relações com os EUA de olho no redesenho da geopolítica da economia mundial com a nova eleição. Rússia e China atuando de forma aliada. Como isso mudaria o jogo com os EUA?
Ganhando
Biden ou Trump, que oportunidades novas surgirão para nós?
Que
proveito poderemos tirar com a nova relação com os EUA?
Olhamos
Biden e Trump como figuras totalmente diferentes, o que realmente são. São
caminhos diferentes para os EUA.
Biden
fala em democracia, mas mantém relações com Cuba, China e Venezuela, do mesmo
jeito.
Na
relação com o Brasil, os interesses comerciais gritam, porque somos um país em
que a produção agrícola faz frente à produção americana. Na carne e na soja,
somos um país competitivo mundialmente.
O
nosso desafio é olhar para os EUA como uma fonte de oportunidades, olhando para
os riscos do jogo político e pro jogo comercial, onde se joga pesado, onde
precisamos estar de acordo com a OMC.
Precisamos entender o tipo de relação que teremos com qualquer um dos eleitos no pleito americano, focando nas parcerias econômicas, independente do líder que estiver nos EUA.
(*) Advogado, analista de TI e
editor do site O Boletim
Não deixe de curtir nossa
página Facebook e
também Instagram para
mais notícias do Blog do professor TM
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso.
Postar um comentário