(*)
JR Guzzo
As
palavras “incêndio”, “chama” e “queimada” sumiram dos dicionários, de português
ou de qualquer idioma falado nas nações desenvolvidas – essas mesmas que há
anos se declaram angustiadas com os incêndios, as chamas e as queimadas no
Brasil. Não houve nenhuma reforma mundial nos vocabulários. Também não pararam
os incêndios.
O
que houve é que Lula se tornou presidente do Brasil em 1º de janeiro de 2023 e,
segundo a Consolidação Universal do Pensamento de Esquerda, é impossível que
aconteçam incêndios, queimadas, ou qualquer tipo de agressão à natureza num
governo Lula. O fogo queima igual ao que sempre queimou, ou muito mais, como
ocorre neste momento. Mas como a “destruição do planeta” é atividade privativa
da “extrema direita”, o que está acontecendo hoje no Pantanal não é nada.
Como
se pode pensar que Lula, e Santa Marina Silva de Calcutá e das Florestas, iriam
permitir a queima de um único pedaço de pau no território deste país?
“A
Amazônia está em chamas”, exclamou um horrorizado presidente Emmanuel Macron
tempos atrás, durante o governo Bolsonaro, usando uma foto de 20 anos para
denunciar as queimadas que estariam acontecendo no momento do seu discurso.
Macron disse que o Brasil estava “tirando o ar” do resto do mundo e fez menções
obscuras à “internacionalização” da Amazônia.
A
exemplo do presidente da França, o resto do mundo que se descreve como
civilizado passou os quatro anos do governo anterior denunciando a morte
iminente da natureza no Brasil. Mas com um ano e meio de governo Lula o que se
vê, no mundo dos fatos, é que queimadas e desmatamento estão muito piores do
que estavam – só que não existem no noticiário das primeiras páginas, nem entre
os especialistas, cientistas, ecologistas e signatários de pesquisas sobre a
“mudança climática”. Como se pode pensar que Lula, e Santa Marina Silva de
Calcutá e das Florestas, iriam permitir a queima de um único pedaço de pau no
território deste país? Não se pode.
Temos,
assim, que o Pantanal do Mato Grosso está sofrendo os piores incêndios dos
últimos 25 anos, desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais começou
a medir a extensão e o volume nas queimadas na região. A mídia fala todos os
dias sobre a “mudança climática” e as nebulosas responsabilidades que a
“direita” tem nisso.
Choveu?
Mudança climática. Fez sol? Mudança climática. Calor demais, frio de mais,
enchentes no Rio Grande do Sul, terremoto na Cochinchina – é tudo culpa da
“crise climática”. Até a falência da Casa do Pão de Queijo foi posta na conta
do clima. Mas quando o Pantanal pega fogo e o poder público federal não faz
nada que preste para prevenir e combater as queimadas que já destruíram 5% de
toda a vegetação do Pantanal, o que se tem é silêncio elevado ao cubo.É um
retrato em alta definição do descaso lulista diante das realidades ambientais
do Brasil o fato de que a ministra do Meio Ambiente, tida como heroína-mor da
natureza entre os milionários de Davos e nos cortejos de Lula pela Europa, não
julgou necessário se dar ao incômodo de ir ao Pantanal – nem para tirar retrato
e fazer propaganda de si própria.
Tempos
atrás, ela disse que a culpa pelas queimadas era do “governo Bolsonaro”, que
não teria dado recursos ao Ibama etc. E agora, após dezoito meses de governo –
onde andam os tais recursos? Marina, como sempre, culpou pelo desastre o judas
preferido do governo e da esquerda: o produtor rural. É um escândalo que fale
isso. Os criadores de gado do Pantanal, exatamente ao contrário do que a
ministra diz, são os únicos que realmente lutam para evitar incêndios na região
– até porque têm interesse vital em preservar as suas pastagens.
No
mais, Marina acusou o El Niño, La Niña, a “matéria orgânica”, o “ponto fora da
curva” e outras peças do seu estoque pessoal de demônios. Esperar o quê? Ela já
falou que o mundo está ameaçado de desaparecer por causa dos “nanomísseis” que
estão mudando “as regularidades cósmicas” – e depois, para tornar tudo ainda
pior, acusou de “desinformação” a publicação das notícias sobre o que tinha
falado. Coitado do Pantanal.
Fonte: Gazeta
do Povo
(*) José Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo, é um jornalista brasileiro, colunista dos jornais O Estado de São Paulo, Gazeta do Povo e da Revista Oeste, publicação da qual integra também o conselho editorial.
Não deixe de curtir nossa
página Facebook e
também Instagram para
mais notícias do Blog do professor TM
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso.
Postar um comentário