(*)
Valter Bernat
Certamente,
depois de ler a biografia de D. Pedro I, Biden teria feito a seguinte
declaração: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou
pronto! Diga ao povo que NÃO FICO”!
Finalmente,
Biden assumiu que não tem condições físicas para mais quatro anos de mandato e
que sua candidatura comprometeria demais o Partido Democrata. A saída de Biden
é uma lufada de esperança para o mundo civilizado. Escondeu-se o quanto pôde,
até que sua campanha eleitoral expôs sua fragilidade e ele não aguentou a
pressão. Alea jacta est! (a sorte está lançada!).
A
eleição nos EUA é um problema do mundo. Sabemos que ganhando, Democratas ou
Republicanos, as relações internacionais poderão mudar da água para o vinho.
Com
a renúncia de Biden à candidatura, os 3900 delegados dos Democratas, que se
comprometeram a votar nele, estão liberados para votarem em qualquer um que se
apresente como candidato, ou seja, eles podem votar em quem quiserem e não pela
direção anterior indicada pelo partido, já que o compromisso deles era com o
Biden, e ele desistiu.
Há,
portanto, uma tarefa política para os Democratas. Há vários candidatos e,
principalmente, Kamala Harris que já está ligando para os delegados a fim de
convencê-los de que ela é a melhor opção. E as pesquisas já mostram que ela
realmente seria. Ainda não apareceu nenhum pretendente mais forte, aliás dois
já desistiram e estão pleiteando a vice-presidência de Kamala.
No entanto, há um fato novo e importante no ar: a possibilidade de Kamala Harris ser a escolhida. Não há nenhum outro candidato forte, é mais um jogo para ser o vice. Do outro lado Kamala pode ser um problema significativo para o outro lado, pois Trump contra Biden, estava reinando sozinho com a fragilidade de Biden, mas agora o jogo é outro.
É
claro que o atentado ajudou muito a Trump, mas agora os Democratas retomaram a
presença na mídia. Outro fato importante é que Kamala é um oponente para Trump
bem diferente de Biden. Os estrategistas de campanha republicanos já estão
preparando as peças publicitárias contra Kamala, já que ela é um tipo de
adversário totalmente diferente do anterior.
42
estados já estão decididos por seu voto, já que são tradicionalmente,
republicanos ou democratas, mas a eleição será decidida em 6 ou 7 estados
chamados “estados pêndulos” e nestes estados, o nome de Kamala Harris tem um
peso muito diferente de Biden.
Com
a desistência de Biden, as doações já voltaram, praticamente, à situação
anterior. Em 5h após a decisão foram US$27mi e pouco depois, US$46mi. Isso diz
muito. Dá uma injeção de ânimo nos democratas.
Olhando
do lado de Trump, ele irá irá enfrentar uma debatedora perigosa. Kamala tem
mais de 15 anos de Promotoria e Procuradoria, portanto completamente diferente
de Biden. Há um espaço que Kamala preenche que Biden não ocupava.
Kamala
mudará a vibe de Trump mas, principalmente, ela mexe com o eleitorado feminino
e com o negro. Isso pode ser decisivo. Kamala já atacou Trump diretamente,
dizendo que, por ter uma história como Procuradora e Promotora: “Enfrentei
criminosos de todos os tipos: predadores que abusaram de mulheres, fraudadores
que enganaram consumidores, trapaceiros que burlaram regras para seu próprio
benefício. Então, ouçam-me quando digo: eu conheço o tipo de Donald Trump”.
Isso
é um ataque direto a Trump! Mostra como Kamala irá se portar daqui pra frente,
logo Trump terá que dar o troco, mas terá material para isso?
Do
lado democrata, Obama será uma figura importante, porque ele até o fechamento
deste editorial não tinha apoiado Kamala. Na mensagem em que aprovou a decisão
de Biden, Obama firmou que “estaremos navegando em águas desconhecidas nos
próximos dias”, e depositou confiança nas lideranças democratas. Segundo
analistas, ele não quer passar a ideia de que a escolha de Kamala será uma
coroação, seguindo uma estratégia adotada em 2020, quando não apoiou Biden na
disputa.
Outras
figuras importantes no Partido Democrata, como o ex-presidente Bill Clinton e a
ex-senadora, e ex-rival de Trump em 2016, Hillary Clinton, endossaram Kamala
Harris, afirmando que é necessário que “todos lutem com todas as forças
para elegê-la”.
Enfim,
as cenas dos próximos capítulos, certamente, ditarão o rumo do mundo
geopolítico após novembro deste ano.
(*)
Advogado, analista de TI e editor do site O Boletim
Não deixe de curtir nossa
página Facebook e
também Instagram para
mais notícias do Blog do professor TM
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso
Postar um comentário