O
Lula (PT) disse em entrevista à Record nesta terça-feira,
16, que uma das pessoas que mais ouve é sua mulher, Rosângela da Silva,
a Janja.
Segundo o petista, ela quer discutir assuntos como política e economia.
“A Janja é uma pessoa que diz não para mim muitas vezes. Ela quer discutir economia, quer discutir política de direitos humanos, política de gênero, política de igualdade. Tudo ela quer discutir e eu acho maravilhoso”.
Na
entrevista, o presidente discordou que atualmente poucas pessoas teriam coragem
de confrontá-lo dentro de sua equipe. De acordo com o presidente, “muita gente”
se sente à vontade para fazê-lo, “porque eu estabeleço com as pessoas uma
relação muito verdadeira, isso com os meus ministros e com outros, que não são
do meu governo”, afirmando que ninguém está “proibido” de falar com ele.
“Eu
jamais ficarei de biquinho, jamais ficarei de cara feia porque você disse uma
coisa que eu não gosto. Se você disser uma coisa que eu não gosto, às vezes
essas coisas podem me ajudar mais do que se você fosse uma pessoa lambe-botas”,
disse o presidente, dizendo “dar guarita” para que a equipe lhe faça “sugestões
sinceras”.
Desde
o início do mandato, se fala nos bastidores que, dentro da equipe do
presidente, poucos nomes teriam coragem de bater de frente com o petista, o que
poderia criar “pontos cegos” para Lula, que não estaria sendo devidamente
informado dos principais problemas de sua gestão.
Lula
também discordou que teria mais contato com representantes dos outros poderes
nos seus mandatos anteriores. “Não é verdade que tive mais convivência [com
outros políticos] no primeiro mandato que agora”, disse.
O
presidente também voltou a citar sua mãe, Dona Lindu, como um exemplo de como
aprendeu a ter responsabilidade fiscal, observando como ela fazia a gestão das
contas de casa durante sua infância. De acordo com o presidente, ele está
“ciente do que tem que fazer” e que, a exemplo do que aprendeu em casa, o País
só vai gastar o que tem, e só vai se endividar “em alguma coisa que aumente o
nosso patrimônio”. O argumento foi usado para justificar o déficit do País ser
zero, 0,1% ou 0,2%.
“É
apenas uma questão de visão, você não é obrigado a estabelecer uma meta e
cumpri-la se você tiver coisas mais importantes para fazer. Esse país é muito
grande, é muito poderoso, o que é pequena é a cabeça dos dirigentes desse país
e a cabeça de alguns especuladores”, disse Lula, que prometeu fazer tudo com
previsibilidade. “Vamos fazer ao meio-dia, não à meia-noite, com todo mundo
assistindo”, disse.
Apesar
de citar melhoras na economia, o presidente continuou com críticas à taxa
básica de juros, tema que o incomoda desde que assumiu a Presidência, em 2022.
De acordo com Lula, a taxa de juros é a única coisa que “não está controlada”.
Lula, no entanto, desta vez não citou nominalmente o presidente do Banco
Central, Roberto Campos Neto.
O
líder da autarquia virou o principal alvo do petista devido ao ritmo de queda
da Selic, que atualmente está em 10,50% ao ano. Também não agrada o petista a
proximidade de Campos Neto com o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados,
como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Com informações do Estadão
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