Recém-filiado
ao PT, o senador Randolfe Rodrigues (AP) divergiu da executiva nacional da
sigla e criticou as eleições realizadas na Venezuela. O PT saudou o povo
venezuelano pelo processo eleitoral, enquanto Randolfe avaliou o pleito como
“sem idoneidade”.
“Uma
eleição em que os resultados não são passíveis de certificação e onde
observadores internacionais foram vetados é uma eleição sem idoneidade”,
afirmou à CNN. Para Randolfe, o regime vigente na Venezuela é “autoritário” e
“tanto Maduro quanto a oposição [venezuelana] carecem de legitimidade”.
Líder do governo no Congresso, o senador se filiou ao PT na semana passada, após mais de um ano sem um partido. Na segunda-feira (29), o PT divulgou nota em que trata Nicolás Maduro como presidente “reeleito” e cumprimenta o povo venezuelano pela “jornada democrática” das eleições realizadas no domingo (28).
O
comunicado do PT também defende que Maduro "continue o diálogo com a
oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande
medida causados por sanções ilegais". Após dois dias do anúncio do
resultado das eleições, o governo brasileiro ainda não declarou se reconhece a
reeleição de Maduro.
Em
comunicado, o Itamaraty afirmou que “acompanha com atenção o processo de
apuração” do pleito. O governo também disse aguardar a publicação pelo Conselho
Nacional Eleitoral (CNE) de “dados desagregados por mesa de votação, passo
indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado
do pleito”.
O
CNE, órgão responsável pelas eleições na Venezuela, declarou que Maduro foi
eleito com 51,2% dos votos, contra 44,2% atribuídos ao principal candidato da
oposição, Edmundo González (Plataforma Democrática Unitária). Segundo a
oposição venezuelana, houve fraude no resultado. O grupo acusa o CNE de não ter
divulgado todas as atas das urnas eletrônicas utilizadas no país. Nicolás
Maduro foi proclamado pelo CNE como presidente para um novo mandato na segunda,
um dia após as eleições presidenciais no país.
Após
a proclamação, manifestantes protestaram em Caracas, capital da Venezuela.
Enviado como observador pelo governo brasileiro, o assessor especial da
Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, teve
reuniões na segunda com Maduro e com González. A CNN apurou que Amorim levou a
Maduro o entendimento do Brasil de que é necessária mais transparência.
Ele retornará ao Brasil nesta terça-feira (30) e deve conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes de o governo confirmar seu posicionamento.
Fonte: CNN Brasil
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