De
acordo com o Inca, mais de 32,5 mil casos de câncer de traqueia, brônquio e
pulmão devem ser registrados por ano no Brasil, no triênio que vai de
2023 a 2025.
A
boa notícia, segundo autoridades de saúde, é que esse tipo de câncer é
extremamente prevenível. É o que explica o especialista em tumores torácicos
Guilherme Harada, médico oncologista do Hospital Sírio-Libanês.
"O
câncer de pulmão é um dos tipos de tumores mais evitáveis. Isso porque a
principal causa associada ao câncer de pulmão é o cigarro. Ele é responsável
por cerca de 80% a 85% dos casos de câncer de pulmão. Então, parar de fumar é a
medida mais eficaz para evitar o risco de desenvolver o câncer de pulmão",
afirma.
O
oncologista destaca que de 15% a 20% das pessoas diagnosticadas com câncer de
pulmão não têm relação com o tabagismo. "Além do cigarro, a exposição a
substâncias cancerígenas, como o asbesto, o radônio, e outras substâncias
comumente presentes em ambientes de trabalho com fumaça, também aumenta o
risco", pontua Harada.
Foco
no cigarro eletrônico
Este
ano, o Agosto Branco concentra esforços para conscientizar a sociedade sobre os
riscos envolvendo o cigarro eletrônico, como o vaper e o pod, cuja adesão tem
crescido entre os mais jovens.
Segundo
o instituto de pesquisa Ipec, o consumo de cigarro eletrônico cresceu 600% no
Brasil nos últimos seis anos. A mesma pesquisa revelou que já chega a quase
três milhões o número de pessoas que utilizam esses dispositivos no país.
Além
de aumentar em mais de três vezes o risco de experimentação do cigarro
convencional, de acordo com o Inca, os diferentes tipos de cigarro eletrônico
também contêm substâncias tóxicas que causam câncer, doenças respiratórias e
cardiovasculares, além de dependência, devido à presença de nicotina.
Um
dos objetivos é desmistificar a ideia de que o cigarro eletrônico faz menos mal
à saúde do que o convencional e que, portanto, pode ser usado sem maiores
consequências.
"Muitas
vezes, ele é tratado como uma alternativa segura ao tabaco convencional de
forma errônea, mas esse tipo de dispositivo também apresenta riscos
significativos para a saúde do pulmão", indica.
Diagnóstico
precoce faz a diferença
De
acordo com o Inca, apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio
inicial. O oncologista Guilherme Harada afirma que, hoje, há ferramentas que
permitem a detecção precoce de tumores no pulmão, o que é importante para o
sucesso do tratamento.
"A
gente tem exames de rastreamento, como a tomografia computadorizada de baixa
dose, indicada para o diagnóstico precoce, principalmente nos pacientes com
histórico de tabagismo", afirma.
Fonte: Brasil 61
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