Ministério
da Educação (MEC) — por meio da Secretaria de Educação Básica
(SEB) e da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e
Adultos, Diversidade e Inclusão
(Secadi) — publicou nesta quarta-feira, 31 de
julho, a Portaria nº 748/2024. A
norma estabelece estratégias, eixos estruturantes e ações complementares a
fim de garantir a oferta da jornada de tempo integral, no âmbito
do Programa Escola em Tempo Integral (ETI), para a educação
especial inclusiva; bilíngue de surdos; do campo; escolar indígena; escolar
quilombola; e de jovens e adultos (EJA). A ampliação para esses
grupos é crucial no que diz respeito ao enfrentamento
e à superação das desigualdades educacionais, visando
também à melhoria contínua da qualidade social da educação.
“A
grande mensagem da educação integral é que estamos olhando para a pessoa em
todas as suas dimensões, assim como para o território, e não apenas para
dentro da escola”, explicou a secretária de Educação Básica,
Kátia Schweickardt. “Entendemos que a política de educação integral não
está referida apenas ao tempo. É preciso, sobretudo, ter um trabalho de
construção de um currículo feito a muitas mãos”, disse.
As
estratégias, os fluxos de trabalho e as diretrizes estabelecidas na
Portaria deverão colaborar para a implementação da Política Nacional de
Educação para as Relações Étnico-Raciais e Quilombola (Pneerq); da
Política Nacional de Educação em Direitos Humanos; e da Política Nacional
de Educação Ambiental. Nesse sentido, deve ser observado o tratamento
transversal e interdisciplinar de cada uma dessas áreas temáticas.
“Nós
nos organizamos como nação a partir de um processo colonial e escravagista.
O país no mundo com maior tempo de escravidão foi o Brasil. Uma chaga como
essa não é eliminada da estrutura social em pouco tempo e permanece na nossa
subjetividade. Hoje, nós do MEC estamos comprometidos. Tudo que fazemos deve
ter um recorte de promoção de equidade. Nós não podemos seguir
desenvolvendo políticas a partir de médias que não representam as desigualdades
enfrentadas pelos estudantes brasileiros”, argumentou a secretária de
Educação Básica.
Já
o coordenador-geral de Equidade Educacional da Secadi,
Maurício Ernica, explicou que a portaria definiu, de modo mais
preciso, a forma de colaboração entre as políticas que estão no âmbito
da Secadi, destinadas às modalidades educacionais e à política
de escola em tempo integral. “Essa portaria é muito
importante, porque ela permite que todas as características específicas
das modalidades possam ser integradas de um modo estrutural na política de
tempo integral. Afinal de contas, a escola integral é muito importante também
para as modalidades e em todas as etapas de ensino, desde a educação
infantil até o ensino médio”, disse Ernica.
Além disso, a Portaria determina diretrizes que buscam a reorientação curricular e o desenvolvimento profissional de educadores para atuarem junto a esses públicos, por meio de: elaboração de materiais de apoio e inovação pedagógica; qualificação da infraestrutura educacional; fortalecimento de arranjos intersetoriais; e avaliação quantitativa, qualitativa e participativa.
Implementação – A coordenação
das ações será realizada
pela Secadi e pela SEB, em parceria com a Rede
Nacional de Articuladores Territoriais da Educação Integral
(Renapeti). Anualmente, o Comitê Nacional do Programa Escola em Tempo
Integral (Conapeti) realizará reunião técnica destinada a escuta
e debate, que resultará no estabelecimento
de parâmetros voltados às ações de fortalecimento da
oferta da educação integral nessas diferentes modalidades, com
representantes de cada uma delas.
Participarão das
discussões a Comissão Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (Cneepei); a Comissão Nacional de Educação
Bilíngue de Surdos (Cnebs); a Comissão Nacional de Educação do
Campo (Conec); a Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena (Cneei);
a Comissão Nacional de Educação Escolar Quilombola (Coneeq);
a Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e
Adultos (Cnaeja); a Comissão Técnica Nacional de Diversidade para
Assuntos Relacionados à Educação dos Afro-Brasileiros (Cadara); a Comissão
Nacional de Políticas Educacionais em Direitos Humanos (CNPEDH); e
a Comissão Nacional de Políticas de Educação Ambiental (CNPEA).
Durante
os processos de avaliação e monitoramento da implementação
do programa, serão coletadas e
sistematizadas informações sobre a oferta da educação integral
nas diferentes modalidades. Tais dados servirão de fonte para
a produção de relatórios anuais, que subsidiarão a tomada
de decisões orientadas ao aprimoramento contínuo da política.
Tempo
Integral – O Programa
Escola em Tempo Integral tem o objetivo de induzir a criação de
matrículas em tempo integral em todas as etapas e modalidades da educação
básica. Coordenado pela SEB/MEC, o programa busca viabilizar o cumprimento
da Meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024 (Lei nº 13.005/2014),
política de Estado construída pela sociedade e aprovada pelo parlamento
brasileiro. As diretrizes e estratégias para a ampliação da jornada escolar em tempo
integral, na perspectiva da educação integral, foram instituídas pela Portaria nº 2.036/2023.
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da SEB e da Secadi.
Fonte: Site Gov.BR
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