Com
a popularização do PIX para pagamentos e transferências, surgem novos golpes
visando lesar clientes bancários. Um dos golpes que mais tem circulado nas
redes sociais é o "golpe do PIX errado".
O
PIX bateu um recorde de transações, com 224 milhões de transferências
realizadas, conforme dados do Banco Central (BC). Este volume elevado cria
um ambiente propício para fraudes, como o "golpe do PIX errado". Esta
situação foi vivida por Irineia Bispo, autônoma de 54 anos, moradora do Gama no
Distrito Federal.
“As
medidas que eu tomei para reverter a situação foi fazer o boletim de
ocorrência e entrar em contato com o meu banco e eles só falaram que
o PIX, uma vez feito, né, era ver se a pessoa ia me devolver; e não
tomaram maiores providências. Isso já tem uns dois anos, então foi bem no
início que começou o golpe, não sei se hoje as instituições ainda fazem
dessa mesma forma. Emocionalmente, eu fiquei péssima, me senti meio obtusa, a
gente tem vergonha de comentar que caiu num golpe que é tão falado”.
Os golpistas iniciam o esquema ao realizar uma transferência para a conta da vítima. Usando uma chave PIX, como o número de telefone celular, eles conseguem facilmente realizar a transferência. Logo após, entram em contato com a vítima via ligação ou mensagem de WhatsApp, alegando que a transferência foi um engano e solicitando a devolução do dinheiro. Os criminosos utilizam técnicas de persuasão para convencer a vítima a devolver o dinheiro para uma conta diferente da que originou a transferência.
Enquanto tenta convencer a vítima, o golpista aciona o Mecanismo Especial de
Devolução (Med), alegando que foi enganado pela própria vítima e quer seu
dinheiro de volta. É neste momento que este mecanismo, criado para ajudar vítimas
de fraudes a reaverem seus recursos, é usado contra elas. Quando os bancos
percebem que a vítima transferiu o valor recebido para uma terceira conta,
identificam a triangulação e associam como um golpe. E o golpista, que já
havia recebido o dinheiro de volta na conta de um terceiro, enviado
voluntariamente, pela vítima, consegue também a devolução pelo sistema do
banco, o Med, gerando prejuízo para a vitima.
Emily
Assumpção, advogada de segurança de dados, explica como funciona o mecanismo
Med:
“O
MED foi criado pelo Banco Central para auxiliar as possíveis vítimas de fraudes
que envolvem PIX com pedidos de devolução de valores. Esses pedidos, eles
acontecem em algumas situações. Primeiro, você tem que confirmar o uso do PIX
para aplicação do golpe. E segundo, a falha operacional nos sistemas que
envolvem as instituições financeiras nessa transação. Quem for vítima do golpe
do PIX deve registrar o pedido de devolução na sua instituição financeira
no prazo máximo de até 80 dias do dia que você realizou o PIX .”
O
Banco Central orienta que, em caso de recebimento de um PIX por engano, o
procedimento correto é utilizar a opção "devolver" disponível no
aplicativo do banco. Esta funcionalidade estorna o valor recebido para a conta
que originou o PIX inicial, desconfigurando uma tentativa de fraude.
Med 2.0
A
Febraban propôs uma atualização no Med, a ser desenvolvida entre 2024 e 2025,
com implantação em 2026. Com o Med 2.0, o rastreamento e bloqueio do dinheiro
proveniente de fraudes ocorrerão em várias camadas de contas, dificultando a
ação dos golpistas. Emily Assumpcão detalha como funciona o mecanismo Med 2.0.
“Uma das melhorias propostas pela FEBRABAN, que inclusive foi aceita pelo Banco Central, é permitir o bloqueio de mais valores de outras camadas, não só da pessoa que foi enviada. A gente consegue fazer uma triangulação maior dos recursos e inibir que essas pessoas cometam fraudes e transfiram esse dinheiro para outras pessoas. Então é uma forma de ampliar a estrutura de prevenção a diversos tipos de fraude, porque a cada dia que passa a gente tem outras formas de fraude.”
Com a implementação dessas melhorias e a conscientização sobre o uso correto
das ferramentas oferecidas pelo PIX , os clientes bancários podem se proteger
melhor contra fraudes e garantir a segurança de suas transações.
Fonte: Brasil 61
Não deixe de curtir nossa
página Facebook e
também Instagram para
mais notícias do Blog do professor TM
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso.
Postar um comentário