PF cumpre mandado contra promotor de Justiça e apreende R$ 900 mil; empresário denunciou exigência para arquivar processo

 


Um promotor de Justiça do Piauí é alvo de investigação da Polícia Federal (PF) por suspeita de exigir a quantia de R$ 3 milhões para arquivar investigação contra um empresário. Nesta quarta-feira (7), um mandado de busca e apreensão foi cumprido em Teresina contra o promotor. A PF apreendeu R$ 900 mil.

A PF informou que o empresário, que neste caso é a vítima, procurou o plantão policial federal e relatou que havia sido abordado pelo promotor de justiça em um restaurante, ocasião em que o funcionário público teria dado o prazo de poucos dias para que ele pagasse a quantia para não ser mais investigado.

 

Conforme a polícia, o Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), por meio da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ/MPPI) deu apoio à operação denominada Iscariotes, em referência ao agente público, incumbido da função de fiscal da lei, ter traído a confiança nele depositada pelo Estado e pela instituição.


Após uma semana de investigação, a equipe da PF conseguiu confirmar a denúncia da vítima e registrar o recebimento de parte do montante pelo investigado. Nesta quarta (7), a polícia apreendeu R$ 900 mil em espécie com o promotor. Também foram apreendidos documentos e aparelhos eletroeletrônicos.


O promotor poderá responder pelo crime de concussão, que consiste na conduta de exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida. Por meio de nota, o MPPI disse que o nome do promotor não será divulgado, porque o processo está em segredo de justiça (confira a nota ao fim da reportagem).


A PF destacou que por tratar-se de investigado com prerrogativa em razão da função pública, o fato foi comunicado ao Procurador-Geral de Justiça do Estado do Piauí, a quem cabe investigar membros do Ministério Público, que solicitou a cooperação da Polícia Federal, tendo em vista que a entrega do dinheiro era iminente. Nota do MP


O Ministério Público do Estado Piauí se manifesta perante a sociedade piauiense acerca da Operação Iscariotes, realizada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, 07 de agosto, e que resultou no cumprimento de mandado de busca e apreensão em desfavor de um promotor de Justiça.


A Subprocuradoria-Geral de Justiça Jurídica, órgão do MPPI, no exercício das suas atribuições processuais de investigação dos membros da instituição, informa que solicitou a cooperação da Polícia Federal diante dos indícios de que o Promotor de Justiça havia pleiteado vantagem indevida para sustar procedimento criminal.


O Ministério Público reafirma seu papel de instituição que representa os interesses sociais, a integridade na Administração Pública e o combate ao crime e à corrupção, trabalhando de forma imparcial pela promoção da Justiça.


O próprio Ministério Público remeteu representação ao Tribunal de Justiça, que expediu o mandado de busca e apreensão, devidamente cumprido.


O MPPI prosseguirá cumprindo seus deveres e atribuições. Independentemente do investigado, o compromisso da instituição é com a Justiça.


O nome do promotor não foi divulgado em veículos oficiais, neste primeiro momento, porque o processo está em segredo de justiça.


G1- Piaui



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