O
botulismo é uma doença rara e não contagiosa de uma pessoa para outra. Ela é
causada pela ação de uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum
(C. botulinum), que pode ser encontrada em alimentos contaminados que não têm
produção e/ou conservação adequada. Além disso, o microrganismo pode entrar no
organismo por meio de ferimentos na pele. Segundo o Ministério da Saúde, todas
as formas de botulismo podem levar à morte se não tratadas adequadamente e, por
isso, os casos são considerados emergências médicas e de saúde pública. Isso
acontece porque a bactéria causadora do botulismo produz uma toxina que, mesmo
ingerida em pouca quantidade, pode causar envenenamento grave em questão de
horas.
Como o botulismo é
transmitido?
A
principal forma de transmissão da doença é a contaminação alimentar. Nela,
ocorre a ingestão de toxinas presentes em alimentos contaminados. De acordo com
a pasta, os alimentos mais comuns envolvidos na contaminação são: Conversas
vegetais (como palmito, picles e pequi); Produtos de origem animal cozidos,
curados ou defumados (como salsichas, presunto e "carne de lata");
Pescados defumados, salgados e fermentados; Queijos e pasta de queijos;
Alimentos enlatados industrializados (porém, casos relacionados ao consumo
desses alimentos são raros, segundo o Ministério da Saúde). Nesse caso, o período
de incubação (tempo entre o consumo e o início dos sintomas) pode variar de 2
horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas.
Outras formas de
transmissão da bactéria que causa o botulismo.
São
elas: Botulismo intestinal: esporos contidos em alimentos contaminados podem se
multiplicar no intestino, onde ocorre a produção e absorção da toxina. Entre os
fatores de risco, em adultos, estão as cirurgias intestinais, doença de Crohn
e/ou uso de antibióticos por tempo prolongado. O tempo de incubação não é
conhecido; Botulismo por ferimentos: uma das formas mais raras de botulismo e é
causado pela contaminação de ferimentos pela bactéria. As principais portas de
entrada são úlceras crônicas com tecido necrótico, fissuras, esmagamento de
membros, ferimentos em áreas profundas mal vascularizadas ou, ainda, ferimentos
produzidos por agulhas. O período de incubação varia de 4 a 21 dias, com média
de 7 dias; Botulismo infantil: é a forma de ocorrência intestinal mais comum em
crianças entre 3 e 26 semanas de idade. A principal causa, segundo a Saúde, é o
consumo de mel de abelha nas primeiras semanas de vida. De acordo com a pasta,
esta forma da doença pode ser responsável por 5% dos casos de morte súbita em
lactentes.
Sintomas de botulismo
Os
sintomas mais comuns do botulismo incluem: Dores de cabeça; Vertigem; Tontura;
Diarreia ou prisão de ventre; Náuseas e vômitos; Visão turva ou dupla;
Dificuldade para respirar; Comprometimento de nervos cranianos; Paralisia da
musculatura respiratória, dos braços e das pernas. Os sintomas podem variar de
acordo com o tipo de botulismo (alimentar, intestinal ou por ferimentos),
podendo apresentar sintomas comuns entre eles ou específicos. Por exemplo, no
botulismo por ferimentos, é comum haver febre, mas não são comuns sintomas
gastrointestinais (mais frequentes no tipo alimentar e intestinal). Em alguns
casos, os sintomas podem ser leves, dificultando o diagnóstico.
Complicações
relacionadas ao botulismo
A
toxina botulínica, liberada pela bactéria causadora do botulismo, afeta o
sistema motor e, por isso, pode levar a complicações sérias de saúde. É o caso
da dificuldade para falar, dificuldade para engolir, fraqueza e fadiga,
pneumonia por aspiração e problemas no sistema nervoso em geral. Além disso,
ela pode levar à insuficiência respiratória que, geralmente, é a principal
causa do óbito por botulismo.
Como é feito o
diagnóstico e o tratamento?
A
identificação do botulismo é feita através do exame físico pelo médico e pela
análise dos sintomas. Durante a consulta, o profissional poderá pedir exames
neurológicos, de imagem e laboratoriais para confirmar o diagnóstico. Em
seguida, é realizado o tratamento da doença, que se baseia em medidas de
suporte -- como uso de medicamentos para aliviar os sintomas e monitorização
cardiorrespiratória -- e medidas específicas, como uso de soro antibotulínico e
de antibióticos para eliminar a toxina circulante no organismo. O soro é
fornecido exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mediante a
notificação do caso suspeito em ficha específica. Como prevenir o botulismo?
Segundo o Ministério da Saúde, a prevenção inclui cuidados com o preparo,
consumo, distribuição e comercialização de alimentos, além da higienização das
mãos e dos alimentos.
Outras orientações para
prevenir o botulismo:
Não
consumir alimentos em conserva que estiverem em latas estufadas, vidros
embaçados, embalagens danificadas, vencidas ou com alterações no cheiro e no
aspecto; Ao preparar conservas caseiros, é fundamental obedecer rigorosamente
aos cuidados de higiene e armazenamento e certifique-se de que essas medidas
foram adotadas pelo estabelecimento/vendedor que preparou o alimento; Evitar
que crianças menores de 2 anos consumem mel de abelha, pois há risco de conter
esporos da bactéria do botulismo; Aqueça os alimentos com o cozimento por 10
minutos com a temperatura acima de 80 ºC para eliminar as toxinas do
botulismo.
Fonte: CNN Brasil
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