Educação Digital: a chave para enfrentar os riscos das apostas virtuais e casas de jogos

 


(*) Bruno César

 

Ontem, o Brasil despertou com a notícia da prisão da advogada e influenciadora Deolane Bezerra, acusada de envolvimento com casas de apostas e cassinos virtuais, sob suspeita de lavagem de dinheiro. Embora haja muita especulação, ainda não sabemos com clareza qual foi sua real participação nos crimes investigados – se ela apenas fazia divulgação e propaganda ou se se beneficiava de alguma forma com atividades ilícitas.


Deolane à parte, gostaria de comentar outro ponto que foi fundamental para o desenrolar dessas operações: a nova regulamentação sobre cassinos e casas de apostas.



A regulamentação legalizou os serviços prestados por essas empresas, mas também endureceu as regras. Para que uma casa de apostas comece a operar no Brasil, é necessário obter uma série de aprovações, inclusive do Ministério da Fazenda.


O impacto financeiro dessas plataformas sobre os usuários é significativo, especialmente porque há um número crescente de pessoas viciadas nesse tipo de entretenimento. Mas já se perguntou por que isso acontece?


Na minha visão, o Brasil, assim como outros países emergentes, se torna um terreno fértil para que os donos dessas plataformas enriqueçam quase sem escrúpulos. A educação e a cultura nesses países raramente são prioridades, especialmente a educação digital.


A classe política, em muitos casos, não parece interessada em promover uma população mais instruída, pois isso limitaria seu poder de influência.


Manter a população em geral desinformada sobre diversos aspectos da vida, como o digital, facilita o controle sobre o que são consideradas boas ou más plataformas, bons ou maus conteúdos, sem que a pessoa tenha condições de analisar e decidir por si mesma o que é melhor.


Uma pessoa com baixo letramento digital não consegue perceber os riscos envolvidos em uma aposta virtual e o impacto que isso pode ter em sua vida.


Se houvesse uma educação voltada para capacitar as pessoas a entenderem esses riscos, a recente operação que resultou na prisão de influenciadores e donos de casas de apostas poderia ter sido menos necessária.


Com uma população mais consciente, as próprias empresas que agem de má-fé teriam sua lucratividade drasticamente reduzida, o que poderia forçá-las a encerrar suas atividades no país.


Em suma, em um mundo onde praticamente todos os serviços são oferecidos e facilitados por meios digitais, é crucial investir no fortalecimento do discernimento da sociedade através da educação digital.


E você, o que pensa sobre isso?

 

(*) Bruno César Teixeira de Oliveira, com uma carreira sólida na gestão de riscos, compliance e prevenção a fraudes em instituições financeiras e colunista no site carioca O boletim.



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