Segundo
a Justiça Eleitoral, o
pleito para os cargos do Executivo segue o sistema majoritário. Nele, ganha
quem recebe a maioria dos votos válidos – excluídos brancos e nulos.
Levantamento
do Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI) da FSB Holding, realizado
com base em dados coletados do portal de estatísticas do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), aponta que o número de municípios com apenas um candidato mais
que dobrou entre o último pleito de 2020 e o deste ano. De 106 cidades em 2020,
o número saltou para 214 municípios – o que equivale a 101%. O levantamento
mostra que se a mesma análise for feita entre 2000 e 2024, o número de cidades
com apenas um candidato a prefeito aumentou 56% em 24 anos.
Os
dados também mostram que existem 108 municípios brasileiros em que, em mais de
uma vez, só houve registro de apenas um candidato a prefeito concorrendo
nas eleições municipais entre 2000 e 2024.
O
especialista em Marketing Político e mestre em Sociedade e Desenvolvimento
Regional, Deividi Lira, afirma que o fato de não haver disputa entre
candidatos nessas localidades é prejudicial à democracia. Há o
comprometimento de ideias e de conquistas de políticas públicas em benefício
dos cidadãos.
“A
baixa representatividade num pleito eleitoral é prejudicial sim para a
democracia, porque acaba reforçando uma dinâmica, um movimento de poder já
estabelecido há muitos anos. E o que a gente observa é que é entre grupos
políticos que se alternam na administração municipal, e isso compromete muito a
diversidade de ideias, as propostas de políticas públicas para a população
dessas cidades”, pontua Lira.
Deividi
Lira destaca, ainda, que para o candidato é considerado eleito quando obtém a
maioria dos votos válidos e afirma que existe desinformação em relação a esse
aspecto do pleito.
“Segundo
a legislação eleitoral, o prefeito, ele é eleito para o cargo aquele candidato
que obtiver a maioria dos votos, então neste caso não são computados os votos
em branco e os votos nulos, é importante a gente destacar isso porque esses
votos nulos e brancos eles são totalmente descartados, então não existe aquela
história, aquela desinformação de que se mais de 50%, 51% dos eleitores não
votarem, a eleição será invalidada. Isso é mentira, então são computados os
votos para aquele candidato, então o candidato que obtiver a maioria dos votos,
ele é considerado eleito.”
Ranking
nacional
Em
relação ao ranking das Unidades das Federações (UFs), o Rio Grande do Sul
lidera com 36 cidades. Seguido por Paraná (15 municípios), São Paulo (12),
Minas Gerais (11). O estudo leva em conta os dados dos municípios com apenas um
candidato nas eleições entre 2000 e 2024.
Confira
a lista das UFs (2000 a 2024):
BA
– 1
MG
– 11
MS
– 3
MT
– 5
PB – 5
PE
– 1
PI
– 3
PR
–15
RN
– 7
RS
– 36
SC
– 8
SP
– 12
TO
– 1
Confira
o n° de municípios com apenas 1 candidato nos pleitos desde 2000:
2000
– 137
2004
– 80
2008
– 131
2012
– 108
2016
– 95
2020
– 106
2024
– 214
Fonte: Brasil 61
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