As convicções político - ideológicas não são imutáveis nem infalíveis.



Fotomontagem TM

(*) Taciano Medrado

Certas ou erradas, as convicções político-ideológicas desempenham um papel central na formação de nossas opiniões e ações. Essas convicções se enraízam em valores pessoais, experiências de vida e influências culturais, e são reforçadas ao longo do tempo pelo ambiente ao nosso redor. 

No entanto, a crença de que nossas convicções representam a “verdade absoluta” pode ser ilusória, já que a política é, por natureza, um campo de perspectivas variadas e, frequentemente, divergentes. Cada ideologia traz consigo uma visão de mundo particular, mas é na diversidade dessas visões que o processo democrático se fortalece e que sociedades conseguem evoluir.

As ideologias políticas, quando vistas de maneira isolada, podem parecer mutuamente exclusivas. O liberalismo, por exemplo, valoriza a liberdade individual e o mercado, enquanto o socialismo coloca a ênfase no bem-estar coletivo e na igualdade social. Esses valores, à primeira vista, parecem antagônicos, mas há uma linha tênue onde se encontram. 

Esse ponto de convergência pode ser visualizado, por exemplo, na criação de políticas públicas que respeitam tanto as liberdades individuais quanto os direitos coletivos, buscando um equilíbrio entre ambos. Ou seja, mesmo ideologias diferentes podem compartilhar objetivos comuns, ainda que se proponham a alcançá-los de formas distintas.

Outro aspecto fundamental dessa convergência é a complexidade dos problemas que as sociedades enfrentam. Temas como meio ambiente, saúde pública e educação exigem soluções que transcendem qualquer ideologia isolada. 

Muitas vezes, é necessário que líderes de diferentes convicções encontrem consenso para que políticas efetivas sejam implementadas. A pandemia da COVID-19, por exemplo, mostrou como questões de saúde podem unir governos de orientações políticas diversas em torno de um objetivo comum, como a preservação da vida e a segurança da população.

Essa convergência, contudo, não significa que todas as ideologias se anulam. Pelo contrário, o debate entre diferentes visões é essencial para a evolução democrática. Quando aceitamos que nossas convicções podem não estar sempre certas, abrimos espaço para o diálogo e para a construção de um entendimento mais amplo. Esse processo permite que políticas sejam aprimoradas e que as falhas ideológicas sejam corrigidas a partir da contribuição de diversas perspectivas.

Por fim, as convicções político - ideológicas não são imutáveis nem infalíveis. 

É essencial lembrar que, mesmo quando defendemos nossas crenças com convicção, haverá sempre um ponto de convergência. Reconhecer isso não apenas nos torna mais flexíveis e abertos ao diálogo, mas também fortalece a democracia e a capacidade das sociedades de encontrar soluções mais inclusivas e eficazes para os desafios coletivos.

(*) Professor e Analista político

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