Castanha do Brasil produzida pelos povos Mẽbêngôkre-Kayapó é exportada para a Inglaterra com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). O manejo da oleaginosa é feito por cerca de 600 famílias indígenas da região da Bacia do Rio Xingu, que são associadas à Cooperativa Kayapó de Produtos da Floresta (COOBA-Y), cuja sede está localizada no município de Tucumã (PA).
O
assessor técnico da COOBA-Y Adriano Jerozolimski conta que a cooperativa foi
criada em 2012 com objetivo de fortalecer as cadeias produtivas voltadas para
geração de renda e subsistência.
“A
COOBA-Y trabalha tanto com a organização da produção na base, com as
comunidades, mas também apoia a organização do escoamento da produção e a sua
comercialização. E dentro dessa estratégia de comercialização, a gente vem
atuando em várias frentes, entre elas desenvolvimento de marca, relação com o
mercado, busca de parceiros que valorizem outros atributos, que não só a renda,
e outros benefícios associados à proteção da floresta.”
A
produção gira em torno de 300 toneladas/ano de castanha in natura (com casca) e
33 toneladas/ano de castanha beneficiada (sem casca). Mas, segundo o assessor
técnico, a cadeia dessa oleaginosa depende muito do desempenho da safra, por
isso, a receita anual pode variar de R$ 200 mil a R$ 1 milhão gerados para os
coletores de castanha do Brasil.
Outras
duas cadeias produtivas da COOBA-Y são o cumaru e o artesanato tradicional
indígena.
“O
cumaru também é uma espécie madeireira, mas a gente só trabalha com a parte não
madeireira, que tem uma cadeia muito mais sustentável. E o cumaru é um
recurso que é mais restrito a poucas comunidades; é um recurso abundante no
território de poucas aldeias”, explica Adriano Jerozolimski.
Já
o artesanato, por não ser sazonal, permite que as comunidades tenham renda ao
longo de todo o ano. “A cooperativa tem conseguido proporcionar uma renda para
as comunidades de cerca de R$ 150 mil. Talvez esse ano a gente tenha uma renda
maior, mais próxima de R$ 200 mil, com um conjunto de produtos que vão desde
produtos tradicionais, com materiais da floresta, até produtos que já passaram
a ser tradicionais, mas que são feitos com matérias-primas de fora, com muita
miçanga”, detalha.
Da
Amazônia para o mundo
No
ano passado, a COOBA-Y realizou a primeira exportação de seis toneladas de
castanha do Brasil beneficiada para a Inglaterra e, este ano, outro contêiner
com mais seis toneladas já está a caminho pelo Oceano Atlântico. Segundo
Adriano Jerozolimski, o apoio da Apex tem sido fundamental para alcançar o
mercado externo.
“Acho
que formou uma rede de atores, que atuam na cadeia da castanha, bastante
qualificados e que acabaram sendo uma importante referência e fonte de
informação para esclarecimentos. Então, as informações que têm circulado nesse
grupo têm sido um importante subsídio para o fortalecimento do entendimento
sobre os processos de exportação por parte da cooperativa, que é uma
cooperativa indígena, pequena, com uma equipe técnica bastante limitada.”
Além
disso, em junho deste ano, a COOBA-Y participou da 12ª edição do LAC Flavors,
um fórum de negócios de alimentos e bebidas realizado em parceria com a
ApexBrasil. O evento proporcionou o encontro com compradores internacionais,
workshops e seminários sobre sustentabilidade, tecnologia alimentar,
certificações e técnicas de negociação.
Como
resultado, hoje a COOBA-Y participa da Mesa Executiva de Exportação da Castanha do Brasil. O
agrônomo da cooperativa Mattheus Costa detalha as vantagens dessa iniciativa.
“É
um espaço seguro que, apesar de ter outras cooperativas e empresários que
seriam ditos como concorrentes, acabam sendo nossos parceiros nesse ambiente da
Apex, onde a gente compartilha as dificuldades, as dúvidas, os procedimentos
padrões para fazer a nossa exportação para fora. E o principal resultado é a
evolução de uma metodologia para exportação do nosso produto, que hoje é a castanha
do Brasil.”
Essas
ações já resultaram em tratativas para a COOBA-Y expandir a exportação da
castanha do Brasil para a França e alcançar ainda mais o mercado europeu.
Mesa
Executiva de Exportação - Castanha do Brasil
A
Mesa Executiva de Exportação de Castanha do Brasil tem o objetivo de ampliar as
exportações desse setor na região amazônica por meio do diálogo entre a
ApexBrasil, empresas, governo e entidades que apoiam o setor privado.
Por
meio de apontamentos e discussões, os empresários identificam os desafios para
exportar e fazem articulações com as entidades competentes para alcançar
soluções.
Para
outras informações sobre a Mesa Executiva de Exportação da Castanha do Brasil,
clique aqui. Se quiser saber mais sobre outros programas da
Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, acesse www.apexbrasil.com.br.
Fonte: Brasil 61
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