Educação e cultura como defesas contra crimes digitais: um caminho para reduzir a vulnerabilidade

 

Foto ilustração


(*) Bruno Cesar

 

Um levantamento recente do DataSenado, vinculado ao Senado Federal, revelou que 1 em cada 4 brasileiros foi vítima de golpes digitais com perda financeira nos últimos 12 meses. O estudo aponta que pessoas sem ensino superior representam 35% das vítimas, enquanto 34% não possuem ocupação formal. Os crimes mais comuns incluem invasão de contas, clonagem de cartões e fraudes na internet.


Esses ataques têm um fator em comum: a engenharia social, que explora a vulnerabilidade humana para manipular vítimas. A correlação entre nível de instrução e ocupação é clara; indivíduos com menor escolaridade ou fora do mercado de trabalho estão mais expostos por falta de conhecimento e de estímulo cultural, que são fortalecidos no ambiente profissional e acadêmico.


Diante desse cenário, torna-se evidente a necessidade de investimento em educação e formação cultural como forma de proteção contra crimes digitais. O estudo do DataSenado reforça a relação entre falta de instrução e maior suscetibilidade a fraudes, destacando que a educação não apenas melhora a capacidade de identificar tentativas de manipulação, como também aumenta a resistência às técnicas de engenharia social amplamente usadas por criminosos.


Além disso, o desenvolvimento de habilidades críticas, como pensamento analítico e resolução de problemas, muitas vezes estimuladas por atividades culturais e experiências profissionais, ajuda a reconhecer comportamentos suspeitos. A exposição diária à tecnologia no ambiente de trabalho também contribui para essa capacitação, explicando em parte a menor vulnerabilidade entre pessoas ocupadas


Portanto, investir em educação e cultura vai além da inclusão social e econômica; trata-se de uma estratégia eficaz para reduzir a exposição a crimes cibernéticos. Capacitar a população para enfrentar os desafios da era digital é essencial para criar uma sociedade mais segura e informada.


(*) Bruno César Teixeira de Oliveira, com uma carreira sólida na gestão de riscos, compliance e prevenção a fraudes em instituições financeiras e colunista do site O Boletim.

 

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