As Forças Armadas de Israel anunciaram nesta quinta-feira (17) que mataram o número 1 do Hamas, mentor dos ataques de 7 de outubro de 2023, Yahya Sinwar.
Ele
era um dos principais alvos de Israel. Há um ano, quando começou a guerra
contra o Hamas, o primeiro bombardeio israelense na Faixa de Gaza foi
direcionado à casa de Sinwar.
O
terrorista já
ficou preso por 23 anos em Israel e teve papel de governante dentro da Faixa
Gaza. Ele foi eleito o chefe do Hamas após a morte de Ismail Haniyeh, que
foi assassinado por Israel no Irã em julho.
Com
apenas dois meses de mandato, Sinwar foi o comandante que chefiou o grupo
terrorista por menos tempo. Ele era o único remanescente do principal
escalão à frente do Hamas. Todos morreram por ataques de Israel desde o início
da guerra na Faixa de Gaza.
De
acordo com as autoridades, o terrorista morreu durante um confronto com
soldados israelenses dentro de uma residência em Rafah, no sul de Gaza. A
região foi onde Sinwar nasceu e cresceu.
Em
pronunciamento, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou
Sinwar de "destruir suas vidas" e disse que a morte do
terrorista "não
significa que a guerra acabou".
A
caçada por Sinwar durou mais de um ano e motivou "dezenas de ações
realizadas pelas Forças Armadas e pelo Shin Bet [o serviço secreto
israelense]", segundo o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari.
O
conselheiro de Segurança dos EUA, Jake Sullivan, afirmou nesta quinta que
"Inteligência americana ajudou Israel a rastrear e caçar líderes do Hamas,
inclusive Sinwar".
Nascido
e crescido na Faixa de Gaza, Sinwar era o líder do Hamas que mais conhecia o
território, o que dificultou as operações de Israel. A estratégia, segundo o
porta-voz, foi cercá-lo a partir de ataques ao redor de áreas onde o serviço de
inteligência identificava que ele poderia estar. Arcada dentária identificou
terrorista.
Na
mesma operação, soldados israelenses mataram outros dois integrantes do Hamas,
que ainda não haviam sido identificados até a última atualização desta
reportagem. Após a troca de tiros, os militares suspeitaram que o terceiro
combatente era Sinwar.
Eles
colheram amostras de DNA e, após uma análise por peritos, confirmaram que se
tratava do terrorista. Segundo a imprensa israelense, exames de arcada dentária
também foram feitos.
Sinwar
é considerado o principal mentor do ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel,
quando o Hamas invadiu Israel e matou cerca de 1.200 pessoas, além de
sequestrar outras 230. Israel jurou Sinwar de morte no dia seguinte.
O
atentado foi o início da guerra na Faixa de Gaza entre Hamas e Israel.
Atualmente, os militares israelenses abriram uma nova frente de batalha contra
o grupo extremista Hezbollah, no Líbano.
Tanto
o Hamas quanto o Hezbollah são apoiados pelo Irã. O conflito de Israel com
esses grupos tem irritado o governo iraniano. Em 1º de outubro, o Irã
lançou uma chuva de mísseis contra Israel. À época, Teerã disse que o
ataque foi uma retaliação ao assassinato, pelas forças israelenses, dos então
líderes do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e do Hamas, Ismail Haniyeh.
O
governo israelense prometeu vingança, e o caso gerou temores de uma grande
escalada do conflito no Oriente Médio.
Quem
foi Yahya Sinwar
Depois
de seis anos sendo o chefe do Hamas na Faixa de Gaza e o número 2 na hierarquia
do grupo, Sinwar foi nomeado em agosto o comandante máximo do grupo terrorista,
após a morte de Haniyeh.
Desde
que virou comandante o paradeiro de Sinwar era secreto. No entanto, o perfil do
terrorista deu pistas a Israel, já que ele tinha uma relação de
proximidade com moradores do território.
Eleito
por meio de votações secretas, Yahia Sinwar governou a Faixa de Gaza por seis
anos. Antes disso, ele passou 23 anos em prisões israelenses, condenado a
quatro penas de prisão perpétua pela morte de dois soldados e de quatro
palestinos ligados a Israel.
O
terrorista foi libertado em 2011, com mais 1.026 prisioneiros palestinos. Em
troca, Israel recebeu de volta o soldado Gilad Shalit, que havia sido
sequestrado cinco anos antes pelo Hamas. Sinwar falava e escrevia hebraico
fluentemente — ele disse que, enquanto esteve preso, dedicou-se a estudar o
inimigo.
Em
2018, durante as negociações para um cessar-fogo com Israel, ele redigiu, à mão
e em hebraico, uma mensagem ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu com apenas
duas palavras: “risco calculado”.
G1 - Mundo
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