Os
preços do petróleo dispararam mais de 5% no fechamento desta quinta-feira (3),
com temores de que a escala
dos conflitos no Oriente Médio interrompa o fluxo de exportação da
região.
As
atenções do mercado se voltam ao risco de Israel bombardear estruturas
petrolíferas do Irã em retaliação ao ataque de mísseis na teça-feira (1º), e de
um possível
bloqueio do Estreito de Ormuz por Teerã.
O
barril do tipo Brent – usado como referência na maior parte do globo – subiu
5,03%, a US$ 77,62. Já o WTI teve ganho de 5,15%, negociado a US$ 73,71 o
barril.
Especialistas
alertam que ainda há um risco real de que a guerra regional emergente no
Oriente Médio possa causar um aumento devastador nos preços do petróleo, o
que abalará não apenas a economia mundial, mas talvez também a eleição
presidencial dos EUA.
“Isso
vai piorar antes de melhorar. A história do garoto da vila que gritou lobo não
terminou bem — para a vila ou para o garoto”, disse Bob McNally, presidente da
empresa de consultoria Rapidan Energy Partners.
Israel
bombardeou Beirute na manhã desta quinta-feira, matando pelo menos seis
pessoas, depois que suas forças sofreram o dia mais mortal na frente libanesa
em um ano de confrontos com o Hezbollah apoiado pelo Irã.
Há
preocupações de que tal escalada possa levar o Irã a bloquear o Estreito de
Ormuz ou atacar a infraestrutura saudita, como fez em 2019, disse o analista da
Panmure Gordon, Ashley Kelty.
O
cotovelo de mar que conecta o Golfo Pérsico com o Golfo de Omã é uma peça
fundamental para a logística global. Por lá, passa 21% de todo o petróleo do
planeta. É a esquina mais importante do mundo para os combustíveis.
Sempre
que a temperatura geopolítica sobe no Oriente Médio, Ormuz volta a surgir nas
conversas do mundo do petróleo e combustíveis. O estreito tem o Irã como margem
ao norte e Omã ao sul. E é por lá que passa mais de um quinto de todo o
petróleo produzido e consumido pelo planeta.
No
trecho mais crítico, Ormuz tem 33 quilômetros de largura. Parece bastante
largo, mas o trecho navegável pelas grandes embarcações petroleiras tem pouco
mais de 3.000 metros de largura em cada direção.
*Com
Reuters e CNN Internacional
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