(*)
Percival Puggina
Homens
ou ratos? Penso que essa pergunta deve estar na mente de cada eleitor no
próximo dia 6 de outubro, quando devemos decidir se iremos comparecer à nossa
seção de votação e em quem iremos votar quando lá formos. Pouco importa se
estamos numa casinha de sapé no interior do sertão baiano ou no alto de um
luxuoso edifício nos Jardins Paulistas. Ali onde estamos é um município e o
chão que pisamos é solo brasileiro, sede da nossa cidadania.
Sendo
cidadãos, nosso voto, mesmo na condição de munícipes, não pode desconhecer que
somos afetados pelos acontecimentos nacionais numa condição inevitável e
permanente. Por isso, nossas opções eleitorais para administrar o município e
para compor a câmara de vereadores devem levar em conta, também, a situação
nacional. São esses mesmos eleitores, sujeitos às mesmas condições, que irão,
dentro de dois anos, formular suas escolhas para as eleições nacionais e
estaduais. Uma eleição orienta a outra.
Prefeitos
e vereadores se tornam líderes naturais de suas comunidades. Um bom líder
conduz a tomada de boas decisões. Ele não se omite no enfrentamento do mal e do
erro. Ele não só conhece a realidade do município como está sempre pronto para
dialogar sobre as soluções. E enfatizo de modo especial: o bom vereador
acompanha a realidade nacional perante a qual tampouco se omite pois sabe o
quanto o bem de todos estará em jogo na eleição de 2026.
Um
dos grandes problemas nacionais é a falta de líderes! E pronuncio essa palavra,
enquanto escrevo, destacando o plural. Não estou falando de que nos falta um
líder que venha a galope em seu cavalo branco resgatar a débil nação do domínio
de algum reizinho malvado. O que nos falta são líderes, muitos líderes,
milhares deles, para formar opinião em suas comunidades sobre as questões
locais e nacionais, de um modo continuado e competente.
Isso
significa ampliar o leque de nossas escolhas. O cidadão brasileiro, por ruptura
da representatividade inerente ao regime democrático, tornou-se sujeito passivo
de decisões que o contrariam. Somos ratos de laboratório submetidos a
restrições de direitos enquanto nossas liberdades se esvaem. Fora dos
bastidores, dos acordos e “arreglos” há um punhado de bons congressistas a
quem, muito provavelmente, saudamos com a expressão “Esse me representa!”, mas
é um grupo minoritário.
Vote
em líderes! A nação está polarizada e tem eleição no dia 6. Líderes com mandato
e representatividade obtida nas urnas precisam estar preparados para cumprir o
urgente e indispensável papel de formadores de opinião no debate local, com os
olhos postos no pleito de 2026. Isso significa ter opinião formada sobre
liberdade, democracia, estado de direito, valores morais, família, direito à
vida desde a concepção, amor à pátria, direito de propriedade, sistema de
votação, voto distrital, educação sem doutrinação e que viabilize o
desenvolvimento das potencialidades dos estudantes.
Pode
o leitor ter certeza de que a extrema esquerda que nos governa escolhe os seus
com uma plataforma oposta a essa e os instrui de modo permanente, durante o
mandato, sobre os temas nacionais.
(*)
Arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores,
colunista de dezenas de jornais e sites no país. Membro da Academia
Rio-Grandense de Letras. Escreve, semanalmente, artigos para vários jornais do
Rio Grande do Sul, entre eles Zero Hora, além de escrever o seu próprio blog e
em outros websites de expressão nacional, a exemplo do Mídia Sem Máscara,
Diário do Poder, Tribuna da Internet. Sua coluna é reproduzida por mais de uma
centena de jornais.
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