Foto tecmundo
(*) Fábio Dominski
O mundo está mais sentado do que nunca. As cadeiras estão por toda parte e nosso cérebro não hesita em as usar, economizando energia. Ficar sentado é confortável, mas quando em excesso, é nocivo à saúde humana. Caroline Williams no livro “Move” destaca que passamos a maioria do século passado inventando tecnologias que tornam o movimento desnecessário.
Entenda
sobre a relação entre comportamento sedentário e saúde, conheça uma pesquisa de
uma marca de material esportivo e como minimizar os riscos de ficar elevado
tempo sentado por dia, para sua saúde.
Comportamento
sedentário: um dos males do século
Comportamento
sedentário consiste em posições corporais com baixo gasto energético, como
permanecer sentado, reclinado ou deitado (sem dormir).
Quando pesquisadores investigaram
porque ficamos tanto tempo sentados, entenderam que há uma normal social:
gastar mais tempo sentado é pensado para ser a melhor estratégia para ser
produtivo, como se o indivíduo passar horas seguido ali sentado, ele seria mais
produtivo. O que estamos descobrindo agora é que não é bem assim.
Todos os estudos
medindo objetivamente o tempo gasto sentado descobriram que sentar por
mais de 6 a 8 horas por dia está associado com o desenvolvimento de problemas
de saúde em adultos. Elevado tempo sentado tem sido associado a pelo menos
35 distúrbios e condições perigosas à saúde. Ficar sentado é o novo fumar?
“Ficar
sentado é o novo fumar”, talvez você já tenha ouvido essa. Mas ela é
inverídica. Ao analisar as evidências sobre os malefícios do
comportamento sedentário, comparados aos prejuízos de fumar, temos um esmagador
risco dos cigarros sobre as cadeiras.
O
fumo pode causar 2 mil mortes em excesso por qualquer causa por 100 mil pessoas
por ano, enquanto são apenas 190 mortes em excesso por 100 mil pessoas por ano,
que passam bastante tempo sentadas. Apesar disso, ficar muito tempo
sentado também faz mal à saúde.
O
experimento da ASICS com pausas no escritório
Uma pesquisa da
ASICS descobriu que as pontuações do estado mental (uma medida de
saúde mental) começam a cair após apenas duas horas de trabalho sentado
continuamente, e as pontuações de estresse aumentam significativamente após
quatro horas, destacando a necessidade de fazer pausas regulares para se
movimentar.
Durante
duas semanas, 80 trabalhadores de 16 países participaram de um experimento. Na
primeira semana, trabalhavam direto sem pausas. Na segunda, foram incluídas
pausas diárias no trabalho, em que se exercitavam durante 15 minutos.
As
pausas com movimento corporal fizeram diferença no estado mental dos
participantes, melhorando-o em 22%. A confiança aumentou em 13%, os níveis de
ansiedade reduziram 12% e os níveis de estresse percebidos diminuíram em 14%.
A
produtividade foi impulsionada em 33% e o foco em 28%, demonstrando o impacto
de apenas 15 minutos de exercício durante o dia de trabalho, sobre o
desempenho. Em outra pesquisa, a Asics já tinha descoberto o tempo mínimo de
atividade física para uma elevação no humor: apenas 15
minutos e 9 segundos! Além de identificar os efeitos mentais da atividade
física em trabalhadores que usam mesa, o experimento também estudou o impacto
do movimento na atividade cerebral usando eletroencefalografia. Após o
exercício, a atividade nas regiões frontal, central e límbica do cérebro
aumentou, resultando em foco aprimorado, estresse reduzido e melhor sensação de
calma. De fato, ao nos movimentar ativamos regiões cerebrais interessantes.
Para
promover a campanha nas redes sociais, foi criado a #DeskBreak (pausa
da mesa, em tradução livre) – um movimento para fazer uma pausa de 15 minutos
de ficar sentado, tirando uma foto da mesa vazia e compartilhando nas redes
sociais, sendo que cada imagem compartilhada arrecadará 5 euros para caridade.
Saiba como participar
aqui.
A
Asics defende que "sua mesa pode ser um perigo para sua saúde mental",
portanto "exercite o seu direito de mover sua mente", é frase da
campanha. Uma dica prática para interromper o tempo sentado naturalmente, é
beber bastante água, pois naturalmente a vontade de ir ao banheiro, te fará
levantar da cadeira e dar alguns passos, além de se manter hidratado. Saúde em
dose dupla.
(*) é
doutor em Ciências do Movimento Humano e graduado em Educação Física pela
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). É Professor universitário e
pesquisador do Laboratório de Psicologia do Esporte e do Exercício
(LAPE/UDESC). Faz divulgação científica nas redes sociais e em podcast disponível no Spotify. Autor do livro Exercício
Físico e Ciência - Fatos e Mitos.
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